O processo eleitoral de 2016 já começou, pelo menos no mundo político de Anápolis. As agremiações políticas, notadamente de oposição, já se movimentam a mais de um ano do pleito, em busca de fortalecimento de seus projetos, por meio de filiação de novos quadros, novas lideranças e consolidação de bases eleitorais. Ocorre que na última semana uma notícia circulou com força nos bastidores: o possível ingresso do ex-deputado estadual e secretário de Estado Frederico Jayme ao PSDB, ou a outro partido ligado à base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB), com vistas à candidatura à prefeitura.

Atualmente filiado ao PMDB, seus dias na legenda podem estar contados por causa de seu posicionamento crítico ao ex-governador Iris Rezende. O PSDB pode ser o destino natural de Frederico Jayme, já que se trata do principal partido da base aliada.

Mas há quem pretende fazer voos mais altos na política em Anápolis a partir do ninho tucano. Ultimamente, o quadro que mais tem sido apontado como provável candidato da sigla ao Executivo é o deputado federal Alexandre Baldy.

Mas afinal, qual dos dois teria mais chances de ser o candidato do partido do governador à Prefeitura de Anápolis? O deputado federal, que é empresário e ex-secretário estadual de Indústria e Comércio (SIC), tem pavimentado sua candidatura desde o triunfo nas urnas nas eleições passadas. Articulado e bem-relacionado, Baldy tem a vantagem de conseguir levantar recursos para sua campanha com muito mais facilidade, além de ostentar o prestígio político de ter sido eleito à Câmara dos Deputados como representante da cidade.

Já Frederico Jayme teria como vantagem não ter cargo, isto é, não precisaria abrir mão de nenhum mandato para uma candidatura. Ele é mais próximo ao governador e possui um currículo respeitável com longa trajetória política. Apesar dos fatores favoráveis apresentados, há um empecilho que recai sobre ambos: nem Baldy e nem Frederico Jayme são vistos pelos eleitores anapolinos como “de” Anápolis, ou seja, os dois podem estar eleitoralmente vinculados à cidade, mas não são enxergados como anapolinos, que vivem o município.

Negociar aliados

Há mais um fator que pode pesar nesta possível disputa interna. Outros partidos que compõem a base aliada do governador Marconi estariam se organizando para lançar candidatura. Contudo, diante de um cenário no qual a oposição precisa se fortalecer em torno de uma frente ampla, para enfrentar a máquina eleitoral petista do prefeito João Gomes e do ex-prefeito Antônio Gomide, há a real possibilidade de estas legendas negociarem a vice com os tucanos durante o desenrolar do processo eleitoral.

Caso isto venha a acontecer, Frede­rico Jayme ficaria impossibilitado de ser o vice de Baldy e vice-versa. De acordo com o presidente municipal do PSDB em Anápolis, Valto Elias, Frederico Jayme seria bem-vindo ao partido que neste momento estaria efetivamente conversando com outras siglas, inclusive o chamado G-4 (PHS, PSD, PEN e PPS). “Esta­mos focados na renovação de nosso di­retório que estava previsto para final de março, mas adiamos para maio. E isso exige muito diálogo neste primeiro momento para nos prepararmos ao enfrentamento político de 2016.”