Setor mais afetado pela pandemia se reorganizava na expectativa das festas de fim de ano, mas nova variante atrapalha os planos de turistas e empresários

Entre os primeiros setores afetados pela pandemia e tudo mais que ela trouxe consigo foi o turismo. Cidades goianas que avançavam muito bem na atração de turistas, ofertas de atrações e, principalmente, ampliando a geração de emprego e renda, foram profundamente afetadas. Entretanto, com o avanço da vacinação e o recuo sensível dos casos e das mortes provocadas pela Covid-19 já traziam um alento para o setor que planejou e começou a ensaiar a retomada. Mas as festas de fim de ano e o carnaval se veem ameaçados novamente, com o surgimento da cepa Ômicron.

O turismo goiano já experimentava uma retomada a todo vapor, com grande procura por hospedagens. O setor, inclusive, já vinha anunciando contratações de mão de obra para suprir a demanda reprimida de turistas que ficaram recolhidos por quase dois anos. A procura já se tornava até alvo de reclamação pelas altas nos valores de pacotes – em razão da relação demanda e oferta.

Segundo dados repassados pela Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV Nacional) nos últimos meses, 76,9% das agências de viagens perceberam aumento de novos clientes solicitando ajuda na organização das viagens.

Festas de réveillon, férias de janeiro e carnaval seriam os marcos para a retomada do setor em Goiás. As cidades mais procuradas pelos turistas já se reafirmam como destinos, divulgando suas atrações e pacotes. Mas a Ômicron chegou ao Brasil e vai adiar as festas e a retomada.

As principais cidades turísticas do estado de Goiás decidiram cancelar as festividades públicas da virada de ano, após a preocupação causada pela nova variante da Covid-19. Cidades que normalmente atraem mais visitantes nesta época, como Caldas Novas, Pirenópolis e Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, anteciparam que não haverá programação para o réveillon. Prejuízos para empreendedores que enfim acreditavam em uma retomada controlada.

Dados divulgados pelo Observatório da Goiás Turismo, mostram que houve crescimento do volume de atividades turísticas no Brasil em julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2020. Os números são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que a expansão no país foi de 83%.

Em Goiás, o crescimento foi de 115,5%, no mesmo período. Apesar do avanço significativo, em relação ao mês anterior, ou seja, junho de 2021, o índice nacional de atividades turísticas cresceu apenas 0,5%. No Estado foi registrado uma retração de 1,9%. Houve um aumento da receita, em função do ajuste de preços de determinados serviços.

Pelo que se sabe até aqui sobre a nova variante, ainda não há motivo para acreditar que retornaremos à estaca zero com a chegada da Ômicron, que foi classificada como uma variante de “risco muito elevado” pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas é igualmente precipitado achar que a novíssima cepa do coronavírus não representa uma ameaça à retomada da vida como ela era, especialmente quando o assunto é turismo.

Enquanto os cientistas ainda tentam entender os riscos da Ômicron, as restrições de viagem são uma tentativa de conter a sua propagação. Em razão disso, o que se pode esperar é que a vacinação siga avançando e completando seu ciclo entre os brasileiros, e aqueles que estão ansiosos para “turistar”, tenham um pouco mais de paciência para não colocar tudo a perder.