Ao responder o deputado emedebista, governador tucano mostra que sabe agredir com contundência

Governador Marconi Perillo se dirige diretamente ao deputado José Nelto, que fica visivelmente incomodado | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção
Foi melhor, muito melhor, que a encomenda a solenidade de abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Goiás, na quinta-feira, 15. O ponto alto, sem dúvida, a fala de improviso do governador Marconi Perillo (PSDB), em resposta ao adversário José Nelto, deputado emedebista que antes havia discursado em nome da bancada de oposição, tecendo duras crítica aos governos do tucano — que, só para lembrar, é o responsável por colocar o MDB à míngua de poder regional há 20 anos, desde que bateu o decano Iris Rezende, em 1998.
O emedebista não economizou nas fake news em seu pronunciamento. Destaquemos duas. A crítica: o governo não investe em segurança pública. O fato: o investimento foi de 14,3% do orçamento estadual em 2017; menos de 24 horas depois da crítica de José Nelto, o governo inaugurou o Presídio Estadual de Anápolis, com capacidade para 300 presos; uma semana antes, tinha entregue o presídio de Formosa; mais três unidades serão inauguradas em 2018.
Outra crítica: o Estado não valoriza o servidor público e atrasa salários. O fato: o atual governo nunca atrasou salários, diferentemente do que acontecia nas gestões dos emedebistas Iris Rezende e Maguito Vilela, que chegaram a acumular três folhas de pagamento.
Marconi Perillo iniciou seu pronunciamento dizendo que, embora fizesse o último discurso de abertura dos trabalhos da Casa como governador, estará “sempre disposto a usar a tribuna para defender seu legado, honra e trabalho”.
Quem estava perto percebeu a contrariedade de Marconi por se ver obrigado a deixar o protocolo de lado. Mas, na sequência, o tucano mostrou-se tranquilo, porque começava a lutar num ringue em que ele está acostumado: a tribuna, o discurso. E partiu para o ataque como forma de melhor defesa.
Nesse sentido, é bom lembrar algumas das falas do governador, para situar melhor as circunstâncias da resposta ao deputado oposicionista. “Quantos discursos elogiosos a mim, José Nelto, até bem pouco tempo? Quantas vezes o senhor esteve na minha casa para falar mal do Iris [Rezende, prefeito emedebista de Goiânia], do Maguito [Vilela, ex-governador também do MDB], do [senador Ronaldo] Caiado?”
Segundo o tucano, José Nelto foi algumas vezes “à sala de chá do Palácio das Esmeraldas para pedir” ajuda à sua campanha. “Quantos favores pessoais? Eu vim aqui hoje disposto a não tolerar mais a maldade e a mentira. Eu estou disposto, deputado, se precisar, a contar mais algumas coisas”, ameaçou. Ou seja, no departamento de visitinhas e pedidos de Nelto, há mais coisas que o tucano não disse.
Marconi lembrou que iniciou sua vida pública como deputado estadual, mandato em que usou a tribuna da Assembleia centenas de vezes na condição de parlamentar de oposição “sem nenhum temor a qualquer poderoso da época” – remember, o “poderoso” da época era ninguém menos que Iris Rezende Machado.
“Derrubei 10 secretários”
“Quando assumi o governo em 1999 fiz questão de usar essa tribuna, que ficou conhecida como a minha tribuna enquanto fui deputado. A tribuna de uma oposição destemida e corajosa da época. Derrubei dessa tribuna, com denúncias minhas, pelo menos dez secretários de Estado”, lembrou.
Em seguida, veio a sequência de contragolpes certeiros às críticas do deputado. “Minhas marcas, atos e gestos sempre se guiaram pelo equilíbrio, sensatez, diálogo, coerência e compromisso com a pacificação política e social de Goiás. Diferentemente do populismo e hipocrisia, que sempre foram marcas do deputado José Nelto”, repostou Marconi, olhando direto para o adversário, que se encolhia em sua cadeira.
E aí, o poderoso gancho de esquerda (Marconi é canhoto), quando o governador ressaltou que o deputado muitas vezes buscou seu apoio, enquanto governador e senador. “Quero lembrar aqui das vezes que o senhor foi até minha casa ou ao Palácio como base minha. De quando eu era senador e o senhor foi me visitar escondido para me dizer que o ex-presidente Lula e o ex-governador Alcides Rodrigues estavam montando um dossiê falso, e isso ficou provado. Um dossiê falso que tentava destruir minha carreira e imagem. E hoje o senhor usou dessa tribuna maldosamente, levianamente, para tentar destruir um governo sério”, enfatizou.
José Nelto não esperava por essa. Em entrevista, depois da solenidade: “… lamento que o governador tenha baixado o nível e ido para o lado pessoal. Minha fala foi política”.
Como assim, deputado?
Toda e qualquer manifestação pública de político é política — fica de baixo nível quando há precariedade nos argumentos.
O discurso de Marconi Perillo e as reações de José Nelto, fartamente flagradas pelas câmaras fotográficas — algumas viraram memes nas redes sociais —, são daqueles acontecimentos que enriquecem o anedotário político, mas revelam também a temperatura da política em si, especialmente num período pré-eleitoral como agora.
A abertura dos trabalhos legislativos, com os discursos de representantes da oposição e da situação, sempre prenuncia o tom da campanha eleitoral que será travada em seguida. Desta vez, mais apimentado que nunca.
Goiás na Frente
O deputado tucano Talles Barreto foi o orador da bancada governista na solenidade na Assembleia Legislativa. A escolha não foi acidental. Talles foi o coordenador do Programa Goiás na Frente, função para a qual ele teve de se licenciar no Legislativo. Portanto, natural que fosse ele a discorrer sobre o programa, que vem a ser o carro-chefe do governo em termos de realizações na atualidade, o que terá impacto direto na eleição de outubro.
Talles Barreto iniciou seu discurso rebatendo críticas feitas pelo colega José Nelto, que o antecedeu na tribuna ao discursar pela bancada oposicionista.
Sobre o Goiás na Frente, Talles Barreto afirmou ser o maior programa em nível regional do Brasil e que nunca um governo de Estado executou um cronograma tão vasto e completo de obras quanto o desta iniciativa. “Ele contempla sem exceção todos os 246 municípios de Goiás. São 6 bilhões de reais em recursos do Tesouro e em parceria com o Governo Federal, além de 3 bilhões de reais em investimentos privados”, disse.
Segundo ele, foram mais de 100 mil quilômetros percorridos na visita de obras e assistência aos municípios. Talles Barreto afirma que, com o conhecimento de causa que esta experiência propiciou a ele, pode assegurar que o Governo de Goiás fundou os alicerces que garantirão décadas de desenvolvimento e de avanços. “Está sendo construído um novo Estado. Reconhecer o legado econômico deste Governo não é questão de opinião. São números e contra eles não há argumentos.”
Menos de 24 horas depois do discurso de Talles Barreto, o governador Marconi Perillo inaugurou trecho de 6,5 quilômetros da GO-210, que liga o município de Davinópolis, região Sul de Goiás, à divisa com Minas Gerais. Mais uma obra do Goiás na Frente.
José Nelto é notório representante do atraso na política: é o porta-voz da demagogia, ícone da oposição fisiológico-adesista, do oportunismo desavergonhado. Seu mandato comprova a inconsistência, incoerência e incapacidade do MDB na formação de quadros políticos.
Caramba,que texto mais parcial,nunca vi um igual,deve ter sido bancado pelo governo,aqui sempre o governo é o melhor,nunca tem uma noticia que diz verdades,falhas,abusos(como duplicar todas as rodovias com nosso dinheiro e depois entrega-las a sei la quem),aqui so se diz que o psdb e os seus aliados sao os melhores e o demonio é a oposição.Eu penso que a verdade deveria ser o melhor e a mentira ….