Líder do PMDB na Assembleia, deputado Bruno Peixoto lança a chapa do partido para a disputa na capital em 2016 

Deputado Bruno Peixoto: “Iris será nosso candidato a prefeito de Goiânia, com Mabel na vice”  |
Deputado Bruno Peixoto: “Iris será nosso candidato a prefeito de Goiânia, com Mabel na vice” |

Interessante o PMDB de Goiás. Recém-saído de mais uma derrota na campanha ao governo estadual, quando a grita praticamente geral na sigla tem sido por renovação, eis que Iris Rezende é de novo o nome para a disputa na capital em 2016. O mesmo Iris que já perdeu três disputas contra Marconi Perillo (PSDB).

O mesmo Iris que conquistou duas vezes e Prefeitura de Goiânia, marcando suas administrações pelo dinamismo que muito agradou os goianienses, então desanimados pela gestão anódina anterior, de Pedro Wilson (PT). O mesmo Iris que carregou nas costas o petista Paulo Garcia na própria sucessão.

Às vésperas de completar 81 anos, Iris Rezende se mostra maior que o mote da renovação na sigla. É o peemedebista de maior relevância para disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016. O nome do experiente líder já tinha sido foi lançado há algumas semanas pelo presidente regional do DEM, o deputado federal e agora senador eleito Ronaldo Caiado. Agora, uma das expressões do próprio PMDB reafirma a precedência de Iris para a disputa.

Quando Ronaldo Caiado lança Iris candidato a prefeito, isso deve ser relativizado. Afinal, o líder ruralista está muito mais jogando pelos próprios interesses políticos, apostando na manutenção da aliança deste ano com vistas a 2018, do que exatamente pelos interesses do PMDB. Mas quando o lançamento é feito pelo deputado estadual Bruno Peixoto, aí é caso de se pensar de forma mais aprofundada na questão.

Em entrevista à Rádio Mil, na semana passada, Bruno Peixoto, que é líder do partido na Assembleia Legislativa, foi claro: “Eu acredito que Iris será nosso candidato a prefeito em Goiânia. Acredito nessa hipótese até mesmo porque Iris tem capacidade, tem capilaridade eleitoral. Iris tem um dinamismo, uma força, independentemente de estar às vésperas de fazer 81 anos. Acredito que ele será sim nosso candidato. Acredito também na ideia e na hipótese de Sandro Mabel ser o seu vice. Isso poderá ocorrer”.

Bruno fala de reciclagem no PMDB, mas tem o devido cuidado para não melindrar quem quer que seja. Essa renovação, segundo o deputado, não é de idade, não é de pessoas, mas de ideias. Ele diz que o partido tem de preparar um projeto para Goiás, pensando em 2016 e mais, em 2018. “Não dá mais para escolher um candidato às vésperas da eleição, o que é inadmissível. A população quer saber quem é e quais são as ideias do candidato.”

Bruno Peixoto assegura que o partido já começou a montar esse projeto. Cita nomes para a empreitada tanto em 2016 como para 2018 e afirma que o PMDB terá candidatura própria em todas as cidades goianas.

Como se vê, são declarações de alguém que tem forte representatividade dentro do partido, político com mandato, o segundo mais votado da sigla para a Assembleia Legislativa este ano, e que naturalmente tem seu arco de influência no PMDB. Ao advogar com inequívoco entusiasmo a possibilidade da chapa Iris-Mabel em 2016, certamente que Bruno já refletiu, já conversou e percebeu em outros peemedebistas o mesmo entusiasmo.

Certamente há outras correntes que pensam diferente de Bruno Peixoto dentro do PMDB.

Aquele pessoal que queria Júnior Friboi como candidato ao governo, por exemplo. Ou alguns que queriam Iris mesmo para enfrentar Marconi, mas com a derrota (a terceira para o tucano) refletiram que agora é hora de virar o disco, colocar nomes novos nas disputas majoritárias.

No PMDB há quem advogue a volta de Vanderlan Cardoso (PSB) para disputar a prefeitura da capital. Bruno Peixoto disse que Vanderlan será candidato, mas não pelo PMDB, e reafirma: “Nós temos Iris candidato”.

O deputado, pelo menos, arrola outros nomes do partido que acredita ter condições de disputar a prefeitura se o decano não topar: o deputado Waguinho Siqueira, os vereadores Clécio Alves, Denício Trindade, Izídio Alves e Célia Valadão, além dele mesmo e até o deputado federal eleito Daniel Vilela. Mas Bruno lembra que Daniel é a grande cartada do partido para a disputa ao governo em 2018.

O filho de Maguito Vilela foi o mais votado do PMDB para a Câmara Federal, o segundo mais votado em Goiás, é jovem e tem experiência legislativa como vereador e deputado estadual. Não há dúvida de que Daniel Vilela pode ser sim a renovação que o PMDB tanto clama.
Mas, há uma pergunta que surge levando em conta a preferência explicitada por Bruno Peixoto em favor de Iris Rezende: se o cacique for mesmo o candidato do PMDB a prefeito em 2016 e ganhar, quem vai segurá-lo para a disputa ao governo em 2018?

Está tudo loteado

A corrupção desenfreada que se vai revelando a cada dia na Petrobrás confirma que o governismo de coalizão praticado no Brasil é um malogro. Todos os governos têm de dividir as instâncias de poder para os aliados. Mas nos últimos 12 anos, no governo federal comandado pelo PT, esse mal chegou às raias do absurdo. A Petrobrás, por exemplo, virou um verdadeiro quintal, onde cada um pega o que quiser. Se a petroleira é a que mais se destaca por causa da delação premiada de Paulo Roberto Costa, Alber­to Youssef e cia, outros órgãos também estão loteados.

Na semana passada, reportagem do “Correio Braziliense” trouxe o organograma de como estão as coisas. Partidos aliados ocupam a cúpula de empresas públicas e autarquias. Além da roubalheira propriamente dita que esse esquema facilita, a deterioração dos serviços prestados por órgãos aparelhados é indiscutível, como nos Correios, que gozavam de altíssima aprovação dos brasileiros e hoje é uma empresa muitíssimo aquém do que já foi. Em alguns casos, os integrantes são apadrinhados de aliados do Planalto ou da própria presidente Dilma. Veja o que é de quem:

Eletrosul
-PT
-Presidente Dilma
-PMDB

Chesf
-PT

Itaipu
-PT e PDT

Correios
-PT

Valec
-PT e PR
Dnit
-PR e PT

Conab
-PTB, PMDB e PT

DNOCs
-PT
Sudene e Sudeco
-Pros

Fundos de Pensão
-PT

Eletrobrás
-PMDB ligado ao ex-presidente José Sarney
-Presidente Dilma
-Ex-ministro Walfrido dos Mares Guia
-PT

Eletronorte
-PMDB ligado ao senador Jader Barbalho
-PT ligado à senador Ana Júlia Carepa (PA)
-PT ligado à direção nacional