Petista diz que conversações com o comando nacional do PT estão adiantadas e que há possibilidade de o ex-presidente vir ao Estado já na primeira quinzena de agosto

Antônio Gomide: “Temos condições de ampliar  nossos índices” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Antônio Gomide: “Temos condições de ampliar
nossos índices” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Um dado concreto e uma possibilidade são os fatores que o pe­tista Antônio Gomi­de coloca como possíveis alavancadores de sua campanha. O dado concreto: 60 candidatos a deputados estadual e federal em todas as regiões do Estado. A possibilidade: a vinda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Goiás na primeira quinzena de agosto.

Os baixos índices nas pesquisas — 7,6% e 7% respectivamente nas últimas Serpes e Fortiori — não desanimam Antônio Gomide na corrida pelo Palácio das Esmeraldas. O ex-prefeito de Anápolis segue firme em terceiro lugar, atrás de Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB). Ele diz que o quadro é normal para esse momento da campanha e fala do possível trunfo com o qual espera melhorar seus índices: a vinda do ex-presidente da República Lula da Silva.

Gomide informa que as conversações com o comando da campanha à reeleição de Dilma Rous­seff (PT) estão adiantadas e que Lu­la pode vir ainda na primeira quinzena de agosto, ou seja, em me­nos de um mês. Além da possível vinda de Lula, o candidato pe­tista também diz que está agendando a visita da campanha de Dilma em Goiás. “As conversas estão bem adiantadas em nível nacional.”

A questão para Gomide é se a presença de Lula realmente teria condição de alavancar seus parcos índices. Lula não é exatamente um líder dos mais populares em Goiás. Dilma Rousseff também não desfruta desse prestígio todo no Estado. De qualquer forma, são líderes petistas incontestes e a subida deles no palanque de Gomide no mínimo animaria a militância petista.

Vindo Lula ou não, Antônio Gomide segue firme no trabalho de angariar votos pelo Estado. Lembra que na pré-campanha fez o primeiro contato com as cidades, se apresentando à população, buscando principalmente as rádios como forma de popularizar seu nome, uma vez que era o postulante menos conhecido. Naquele momento começou a mobilização da militância. “Agora começamos a campanha em outro ritmo, priorizando os maiores colégios eleitorais e vamos também para o interior.”

A estratégia gomidista está bem delineada numa agenda mais ou menos fixa durante a semana. Dois dias, no sábado e no domingo, a prioridade são as dez cidades do Entorno de Brasília. Na semana passada a caravana petista foi a Novo Gama. Nesse sábado, 19, estava prevista Formosa, e neste domingo, 20, Valparaíso. Na quinta e na sexta-feira o trabalho é realizado nas demais cidades do interior. Já para as principais cidades (Goiânia, Anápolis e Aparecida de Goiânia), a comitiva petista dedica de segunda a quarta-feira.

Os 60 candidatos a deputado estadual e federal espalhados por Goiás dão ensejo para o lançamento das candidaturas nas regiões, ao mesmo tempo fortalecendo o trabalho de dar maior densidade eleitoral à campanha. Com isso, Gomide marca presença de forma efetiva nos municípios. “Temos candidatos a deputado em todas as regiões. No Entorno temos cinco candidatos a deputado estadual.”
Segundo o candidato petista, neste momento ele começa a estar na rua com maior intensidade, justamente lançando as candidaturas, abrindo comitês. Uma atividade de rua que potencializa este início da campanha com ações.

A receptividade, assegura Antônio Gomide, tem sido muito boa. E com um detalhe, segundo ele, porque a população está começando a pensar em eleição só agora. “Só ao final de agosto é que os eleitores estarão realmente inteirados da campanha e aí começam a ter elementos para tomar uma decisão. É agora que as pessoas começam a conhecer os candidatos.”

Sobre as pesquisas, Gomide diz que seu nome é o menos conhecido, então o índice baixo está dentro da normalidade. No levantamento Fortiori publicado neste edição do Jornal Opção, ele aparece com 7%, atrás de Vanderlan Cardoso (PSB), com 8%, Iris Rezende (PMDB), com 28%, e Marconi Perillo (PSDB), com 38%.

Gomide tem outros números. “Em nossa pesquisa, estou entre 8 e 10% e é isso mesmo. Estamos saindo de um bom patamar. Em outras eleições começamos com índices muito menores. É preciso lembrar que outros candidatos ganharam em Goiás saindo atrás nas pesquisas já no mês de julho.”

O candidato petista diz não ter nenhuma preocupação em relação aos índices agora, uma vez que ele juga estar num patamar em que e possível ampliar bem e chegar ao segundo turno. “Estamos começando a campanha bem e sabemos que no trabalho de corpo a corpo e com a divulgação de rádio e TV, temos potencial para ampliar. Agora com material de campanha, com a campanha efetivamente na rua, passo a ser conhecido pelo eleitor. No mês de agosto vou começar a aparecer de forma efetiva nas pesquisas, mesmo porque já estará sendo veiculada a propaganda no rádio e na TV.”
Antônio Gomide diz que a partir daí, sim, terá mais visibilidade porque estará em condições de igualdade com os outros candidatos.

Contas
Sobre o imbróglio das contas não aprovadas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Gomide diz que é uma pedra que está sendo colocada com o intuito de fazê-lo perder energia. Lembra que o departamento jurídico da campanha está respondendo e não haverá problema. Ele diz que foram aprovados os balanços gerais da Prefeitura de Anápolis de 2009, 2010 e 2011 da administração, e o TCM faz questionamento de um balanço de gestão de 2009, que está em grau de recurso, ou seja, não foi julgado.
Segundo candidato petista, se o TCM tivesse tido o interesse de julgar nestes últimos sete meses, já teria julgado. Segundo ele, o tribunal segurou justamente para dizer que tem um grau de recurso não julgado. “Vamos fazer a defesa no TRE, que vai registrar nossa candidatura. Estamos tranquilos.”
O candidato lembra que o TCM é uma assessoria das Câmaras Municipais e, no limite, quem teria de aprovar ou não algum balancete seria a Câmara de Vereadores de Anápolis. “Mas temos de imaginar que o TCM pudesse fazer a parte dele, que é julgar e encaminhar o parecer à Câmara de Vereadores para o resultado final. Mas isso não foi feito, tem grau de recurso lá.”
Gomide acusa o adversário tucano de manobrar para prejudicá-lo. A defesa no momento certo no TRE, assegura, lhe dará o registro “mesmo sem a vontade do PSDB de que disputemos a eleição.” O ex-prefeito de Aná­polis diz que o PSDB está trabalhando para prejudicr sua campanha. “Honor Cruvinel foi líder de governo do governador Marconi Perillo na Assembleia Legislativa e, infelizmente, faz um papel que não é condizente com o cargo que ocupa hoje, que é o chefe maior do Tribunal de Contas dos Municípios, um órgão que tem vários técnicos sérios. O TCM está sendo usado como artifício político para prejudicar minha candidatura.”
O TCM respondeu a acusação de Antônio Gomide, em informe público, de que o trabalho da corte é técnico. l