Apoio de prefeitos vai redefinir quadro de alianças do DEM em 2022

16 maio 2021 às 00h00

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Democratas apostam que coligação para reeleição de Caiado será maior que em 2018
Os palanques políticos têm um significado que vai além do espaço de onde candidatos fazem seus discursos. Os palanques são estruturas que simbolizam as alianças partidárias que demonstram o quanto determinado candidato conquistou de apoio e qual sua capacidade de aglutinar lideranças. Quanto maior e cheio está um palanque, mais ampla é a base do candidato — e, consequentemente, maior acesso aos eleitores.
Em geral, a formação de palanques de apoio se dá por meio de muitas articulações, estratégias para composição de chapas e conquistas de apoio. Quando a largada para a corrida eleitoral é dada, são as alianças bem construídas que dão o maior impulso para o candidato — lhe concedendo uma razoável vantagem no pleito.
Insistentemente temos dito que os movimentos para as eleições de 2022 já começaram e muito está se definindo. Além da busca por uma aliança forte para a disputa ao governo do Estado no ano que vem, as principais legendas começam a desenhar o xadrez para as próximas eleições de acordo com os interesses regionais. E quem saiu à frente foi o partido Democratas.
Em uma campanha para o governo do Estado, ter prefeitos e vereadores ao lado é a garantia de que os eleitores daquela cidade estarão mais dispostos e receptivos em relação às propostas do candidato — é sinônimo de palanque amplo. Outro ponto importante é que, ao consolidar a base de apoio em uma determinada região, o reflexo instantâneo é minar as forças do candidato concorrente entre aquele eleitorado, ou seja, reduzir o palanque do oponente.
A partir desta estratégia foi que o governador Ronaldo Caiado demonstrou nas eleições do ano passado forte empenho e participação nas disputas por prefeituras em todas as regiões do Estado. O líder do DEM operou a montagem de uma base política tanto para a governabilidade quanto para buscar a reeleição em 2022. O gestor estadual sabe que após quatro anos de gestão é normal que haja desgaste e, portanto, ter uma base ampla e consistente pode ser decisivo para o projeto de continuidade. Assim, foi notada a habilidade do democrata quando, ao final da contagem de votos das eleições municipais do ano passado, seu partido foi o que mais elegeu prefeitos no Estado. Ao todo foram 62 prefeitos eleitos — em 2016 tinham sido 10.
As prefeituras conquistadas pelo DEM, se somadas com as que são comandadas pelos partidos que compõem a base caiadista, davam ao governador 132 prefeitos aliados – representando 54% das cidades do Estado. Mas esse percentual se ampliou, mesmo após as eleições serem encerradas.
A aprovação de Ronaldo Caiado entre os eleitores também contribui para a debandada de prefeitos que buscam o DEM como destino. As perspectivas que apontam para uma reeleição do governador são um forte atrativo para que lideranças queiram se aliar a ele. Observe-se que mais de 15 prefeitos se filiaram ao partido depois das eleições municipais. Outra dezena também já buscou aproximação e negocia filiação.
Segundo fontes palacianas, a chegada de novos nomes é em razão do desejo dos próprios prefeitos — alguns por insatisfação com suas atuais siglas que fazem oposição ao governo (o prefeito de Nova América disse ao Jornal Opção que procurou o governo para trocar o PSL pelo DEM). Mas é evidente que há um trabalho do governador Ronaldo Caiado para ampliar essas filiações e assim garantir o máximo de aliados e palanques na grande maioria das cidades goianas em 2022.
Este movimento entre os prefeitos, que tem debandado rumo ao DEM, resulta em uma convergência de forças que anima os governistas. Ao reunir lideranças com mandatos, outras siglas também se sentem atraídas a caminhar junto com o projeto de reeleição de Ronaldo Caiado em 2022. Democratas já avaliam que a aliança que elegeu o governador em 2018 deverá ser ampliada significativamente para 2022.
Em 2018 a coligação que elegeu a chapa encabeçada por Ronaldo Caiado era composta por DEM, PRP, PROS, PMN, PMB, PSC, DC, PSL, Podemos, PTC, PRTB e PDT. Espera-se que, diante da força de chegada de muitas lideranças locais ao partido do governador, outras siglas como PL, PP, PTB, PSD, Avante e Republicanos — há também forte expectativa de que MDB esteja no projeto de reeleição de Ronaldo Caiado. O emedebismo pode ser a cereja do bolo.
Há governistas que apostam que, no ritmo que as negociações e filiações têm ocorrido, a formação do palanque para 2022 poderá dar a vitória ao democratas ainda no primeiro turno.