Alianças para governo do Estado já visam segundo turno das eleições
03 julho 2022 às 00h00
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Pesquisas indicam a disputa pelo governo de Goiás será resolvida em um segundo turno e candidatos já se articulam
Faltam menos de cem dias para as eleições do primeiro turno. Todos os políticos já fazem a contagem regressiva para 2 de outubro, afinal, será nessa data que boa parte das disputas eleitorais serão decididas. Mas aqueles que estão na disputa por cargos executivos já marcaram no calendário o dia 30 de outubro, data marcada para o segundo turno. O motivo é que as pesquisas que buscam desenhar o cenário atual da pré-campanha em Goiás indica que o embate pode se encaminhar para ser decidido na última instância.
No dia 2 de outubro saberemos quem foram os vencedores pela disputa aos cargos de deputado estadual, federal e para senador. Mas de acordo com os dados dos últimos levantamentos eleitorais, em Goiás a corrida pelo governo do estado deve mesmo ficar para o segundo turno. A última pesquisa foi divulgada no dia 23 de junho. Feita pelo Real Time Big Data, o levantamento estimulado, ou seja, quando é apresentada ao eleitor uma lista de diferentes candidatos, o governador Ronaldo Caiado tem 34% das intenções de voto. Na sequência, aparecem Marconi Perillo (19%) e Gustavo Mendanha (18%) com empate técnico. Com resultados menos expressivos aparecem: Major Vítor Hugo (PL), com 9%; Wolmir Amado (PT), com 8%; Cintia Dias (PSOL) e Helga Martins (PCB), ambas com 1% e Edigar Diniz (Novo), com 0%. Outros 5% optaram por “branco ou nulo” e não souberam responder, também, 5%.
No segundo levantamento, também estimulado, no qual não foi apontado o nome de Marconi Perillo, Caiado apresenta ainda mais votos: 38% das intenções. Nesse cenário, os outros candidatos apresentam os seguintes índices: Gustavo Mendanha (Patriota) com 22%; Major Vítor Hugo (PL) com 10%; Wolmir Amado (PT) com 9%; Cintia Dias (PSOL) e Helga Martins (PCB) com 1% e Edigar Diniz (Novo) com 0%. Optaram por “branco e nulo” 9% dos consultado e outros 10% não souberam responder.
As eleições para o governo do Estado em geral se definem em segundo turno. Em 2020, quando Ronaldo Caiado ganhou em primeiro turno, havia no Brasil um movimento atípico na política, que teve reflexo entre os eleitores goianos, favorecendo o então candidato do DEM. Mas neste ano a eleição tende a voltar ser como da forma como conhecíamos, como nomes já conhecidos pelo eleitorado – um dos motivos para uma divisão entre os votos.
Ao se desenhar um segundo turno para o governo de Goiás, percebe-se que as candidaturas com potencial para ir para essa disputa são de nomes já testados e de conhecimento entre os goianos. Ronaldo Caiado x Marconi Perillo são nomes antagonistas. O governador encerra este ano seu primeiro mandato no cargo e tem um modelo de gestão para ser avaliado pelo eleitor. Marconi Perillo já esteve no cargo por 4 mandatos, também tem feitos e, naturalmente, desgastes, que passam pelo crivo do eleitorado. Um outro cenário é Ronaldo Caiado x Gustavo Mendanha. O segundo é ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, cargo para o qual foi eleito duas vezes. Ele também possui uma gestão para lhe servir de vitrine para a campanha.
O que se demonstra é que haverá um segundo turno para o governo de Goiás entre candidatos ditos “clássico”, ou seja, não haverá uma ruptura ou apresentação de algum novo nome considerado outsider para essa disputa. A antipolítica também não deve ter o peso que teve nas eleições de 2018, ou seja, os eleitores estão engajados e demonstram desejo em escolher quem serão seus gestores.
Uma questão central que com certeza os pré-candidatos ao governo do Estado já se atentam é a formatação de alianças que perdurem e deem sustentação também em um segundo turno. Após a eleição definida para deputados estaduais e federais, além de senadores, há uma tendência de que líderes políticos “desacelerem” e não estejam lidados aliados com o mesmo empenho que se teve em um primeiro turno.
Nesse quesito a capacidade de negociação, articulação e, principalmente, da confiança nos acordos políticos fazem a diferença. As tratativas firmadas agora entre aliados governistas e oposicionista tendem a ter um “cláusulas” que visam a continuidade da aliança no segundo turno. Nesse quesito a base governista tem a vantagem de contar com o apoio de maior número de partidos – ao menos 12 siglas já acertaram a composição que busca a reeleição de Ronaldo Caiado.
O governador também atua em proximidade com os prefeitos por saber que após quatro anos de gestão é normal que haja desgaste e, portanto, ter uma base ampla e consistente pode ser decisivo para o projeto de continuidade. Assim, foi notada a habilidade do democrata quando, ao final da contagem de votos das eleições municipais do ano passado, seu partido foi o que mais elegeu prefeitos no Estado. Ao todo foram 62 prefeitos eleitos — em 2016 tinham sido 10. Um fator que lhe dará vantagem em um segundo turno das eleições.