Em 2012, ano em que o Brasil cresceu menos de 1%, o PIB do Estado subiu 5,4%, chegando a R$ 123,9 bi

Em 2012, ano em que o Brasil cresceu menos de 1%, o PIB do Estado subiu 5,4%, chegando a R$ 123,9 bi (Foto: Agência Brasil)
Em 2012, ano em que o Brasil cresceu menos de 1%, o PIB do Estado subiu 5,4%, chegando a R$ 123,9 bi (Foto: Agência Brasil)

A economia do Estado de Goiás tem sido um ponto fora da curva no tocante ao crescimento da economia. Enquanto o País, sob a tutela de Dilma Rousseff (PT), anda a passos de cágado, Goiás exibe índices semelhantes a tigres asiáticos.

Há alguns dias, o Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Es­tudos Socioeconômicos da Se­cre­taria de Gestão e Planejamento (IMB/Se­gplan) divulgou os dados consolidados do Produto Interno Bruto (PIB) de 2012, conforme metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Novamente, o índice de crescimento do PIB (somatório de todas as riquezas produzidas) goiano, de nada menos 5,4%, atingindo o valor de R$ 123,926 bilhões. No comparativo de índices, é uma nova goleada na taxa nacional, que encerrou aquele ano com alta de 0,9%, chegando a R$ 4,3 trilhões.

O índice nacional já tinha sido divulgado no ano passado, quando se soube que o País perdera a sexta posição no ranking das dez maiores economias do mundo, caindo para sétimo lugar. A queda já havia sido alertada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) no ano anterior, por causa do baixo crescimento econômico e do enfraquecimento do real ante o dólar.

No começo de 2012, o Brasil ti­nha conquistado da Grã-Bretanha o sexto lugar com o avanço de 2,7% no PIB. Mas os efeitos da falta de in­ves­timentos e o baixo desempenho da indústria provocaram o frustrante avanço de apenas 0,9% no cômputo anual.

Voltando a Goiás, conforme os dados do IMB/Segplan, o resultado do PIB manteve o Estado na nona posição no ranking do País, posição ocupada desde o início da série, em 2002. O secretário de Gestão e Planejamento, Leonardo Vilela (PSDB), avaliou que o crescimento do PIB de Goiás em 2012, bem acima da média nacional, se deveu ao grande potencial de produção de matéria-prima do Estado (itens agrícolas, pecuários e minerais). O secretário não se esqueceu de citar os grandes responsáveis pelos números positivos, o trabalho e a competência dos produtores goianos.

Vilela atribuiu o resultado ainda às políticas públicas do governo estadual, que englobam incentivos fiscais, redução de impostos, investimentos em infraestrutura, e também integração com o setor privado e suas entidades de classe. E é aí, nas políticas públicas, que está a grande diferença de resultado em Goiás e no Brasil.

Dilma Rousseff e sua equipe agem de forma equivocada na condução da política econômica, como no modelo de estímulo ao consumo sem sustentação, desonerando impostos para determinados setores. Ocorre que a União abre mão principalmente do Im­posto sobre Produtos Indus­tria­lizados (IPI), que vai na maior parte para os Estados e municípios. Ou seja, a caridade é feita com recursos alheios.

Obviamente, há diferenças gritantes entre o que podem fazer governo federal e um ente federado em suas respectivas atribuições. Ao governo federal cabe ditar as normas macroeconômicas e os Estados e municípios não têm como fugir delas. Mas não há dúvida de que, mesmo dentro de sua limitação, um governo estadual pode ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento econômico em seu território.

O governo de Goiás com Marconi Perillo tem feito o dever de casa de forma competente. A forte política de atração de empresas tem dado resultados. A sintonia fina com o empresariado resulta em crescimento econômico, geração de empregos e aumento de renda para os trabalhadores. Os números não deixam dúvida quanto a isso.

Mas Goiás poderia ter crescido ainda mais. O fraco desempenho da economia nacional prejudicou a economia goiana, como bem observou Leonardo Vilela: “Vale lembrar que se não fosse o baixo desempenho da economia nacional em 2012, que registrou taxa de crescimento de 1%, o avanço do PIB goiano poderia ser ainda mais significativo. Afinal, Goiás está inserido numa conjuntura nacional de crescimento baixo”.

Vale registro de outros dados mostrados pelo IMB/Segplan. Em relação a 2011, a participação de Goiás na formação do PIB nacional subiu de 2,7% para 2,8%. Com relação ao Centro-Oeste, a participação de Goiás no PIB da região passou de 28,1% para 28,8%, de 2011 para 2012.

De acordo com o instituto, em 2012, entre os grandes setores de atividade econômica, o destaque em volume ocorreu na agropecuária, que registrou expansão de 8,4% propiciada pelo incremento na produção agrícola com o desempenho positivo das culturas de soja, cana-de-açúcar, milho, feijão e banana. Já na pecuária houve recuo puxado pela redução dos plantéis de aves e suínos.

Na sequência: setor de serviços, que cresceu 5,5% em 2012, com destaque para as atividades de transportes e armazenagem (13,9%); comércio (9,8%); e intermediação financeira, seguros e previdência complementar (5,3%). As demais atividades também tiveram taxas positivas: outros serviços (4,5%); serviços de informação (4,5%); administração, saúde e educação pública (2,4%); e atividades imobiliárias e aluguel (0,8%). As atividades de transporte e armazenagem lideraram a expansão no setor de serviços devido ao desempenho da agropecuária, já que o setor necessita escoar sua produção e a demanda por transporte torna-se crescente em resposta a esta atividade.

A indústria apresentou crescimento de 4,8% no período em análise, por causa do desempenho favorável da construção civil (11,6%), da produção e distribuição de eletricidade, gás e água (10,5%), da indústria de transformação (0,5%) e da extrativa mineral (0,1%). Um dos destaques, a indústria da construção civil foi influenciada por diversos fatores, tais como maior oferta de crédito imobiliário, crescimento do emprego e da renda, incremento do consumo das famílias e manutenção da desoneração do Imposto sobre Produtos Industriali­zados (IPI) de diversos insumos da construção. Também contribuíram as obras de infraestrutura realizadas no Estado, como pavimentação de rodovias e saneamento.

Mas tudo isso resultou em efetivo aumento de renda para os goianos? Os números do Instituto Mauro Borges não deixam dúvida. Com os resultados positivos da economia estadual em 2012, o PIB per capita (resultado da divisão do PIB pela população) de Goiás atingiu o valor de R$ 20.134,26, contra R$ 18.289,59 em 2011, com incremento de R$ 1.835,67, o segundo maior da série iniciada em 2002. Conforme o IMB/Segplan, em 2012 o PIB per capita goiano apresentou taxa de crescimento de 4,1%, enquanto a média nacional ficou em 0,2%.

Nesse ranking nacional, em 2012 o PIB per capita de Goiás se manteve na 11ª posição, sem alteração em relação ao ano anterior. O indicador não é bom, aparentemente, já que Goiás está abaixo da média nacional, cujo PIB per capita é de R$ 22.645,86. Mas o fato de Goiás ser o 12º Estado mais populoso do País abaixa a posição no ranking.