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“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.”

O poeta português Fernando Pessoa publicou os versos acima em 1934, quinhentos anos depois de Portugal começar a expansão marítima que o levaria às Índias contornando a África. Quantos navegadores saíram pelo Atlântico e nunca mais voltaram. Quantos saíram desacreditados e voltaram do Oriente com especiarias e muita história pra contar. Pessoa foi muito feliz ao dizer que o sal do mar eram lágrimas portuguesas.

Fernando Pessoa: um dos maiores poetas de Portugal

Pedro Álvares Cabral foi um dos navegadores portugueses que saíram da terra natal para chegar ao Oriente. No dia 8 de março de 1500, lá ia Cabral navegar pelo Atlântico, esse mar português que já foi tantas vezes banhado com lágrimas de Portugal. O destino eram as Índias, mas ele jamais imaginaria que chegaria a outras terras que não Calicute. É verdade que notícias de terras encontradas por Cristóvão Colombo do outro lado do oceano já tinham chegado aos ouvidos portugueses. Tinha algo além do oceano que não monstros marinhos. Mas a missão de Cabral ao sair de Portugal em 8 de março de 1500 era trazer das Índias mais especiarias que gerassem muitos lucros para a Coroa.

Tudo vale a pena se a alma não é pequena. E naquele ano de 1500, a alma portuguesa seria imensa quando Cabral desembarcasse numa terra onde se planta tudo cresce e floresce.