O último suspiro da União Soviética

18 agosto 2025 às 11h23

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“O país está ingovernável… forças extremistas levam a União Soviética à desintegração, à destruição do Estado e à tomada do poder por qualquer meio. Em algumas partes se exige a revisão de nossas fronteiras, há inclusive vozes que exigem o desmembramento da URSS. O orgulho e a honra dos soviéticos devem ser totalmente restaurados”
Eis a mensagem que o Comitê Estatal de Emergência enviou ao “povo soviético” em 18 de agosto de 1991 e foi publicada no Jornal do Brasil. A linha dura do Partido Comunista não engoliu as reformas de Mikhail Gorbatchev. Enquanto o premier estava em férias na Criméia, a velha guarda do Partidão colocou as tropas nas ruas e assumiu o poder montando uma junta governativa formada por civis e militares. Gorbatchev ficou em prisão domiciliar, incomunicável com os seus auxiliares.
O comitê baniu manifestações públicas e greves, censurou a imprensa e decretou estado de emergência. Era o fim melancólico da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Era o último gesto dos burocratas que não queriam largar o osso. Apesar do autoritarismo da linha dura comunista, houve resistência. Na nossa mente, a imagem que nós temos de Boris Yeltsin é a do beberrão que dançava esquisito nas campanhas eleitorais. Mas, em agosto de 1991, ele era Presidente da Rússia e subiu num tanque para apaziguar a situação e acabar com o golpe.
Os golpistas tiveram que engolir o choro e acabar com todo aquele teatro porque não haveria restauração soviética. O imenso território no lado oriental do mapa seria mais uma página da História do breve, porém intenso século XX.
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