Já fazia muito tempo que os brasileiros estavam de saco cheio do domínio português em suas terras. Desde 1500 que se cumpria o que era decidido em Portugal. Os ideais iluministas e os ventos revolucionários vindos da França motivaram os brasileiros a se organizarem contra a Coroa portuguesa. Mas não era fácil romper com os laços coloniais. Quem iria liderar o processo emancipatório? Depois da independência, para qual lado seguiria o Brasil?

O ano de 1822 começou agitado. A Coroa portuguesa exigia o retorno do príncipe regente Dom Pedro I, que estava no Brasil desde a chegada da família real em 1808. Portugal queria retomar a colonização do Brasil e a volta do filho do rei era essencial para que isso acontecesse. Começaram no Rio de Janeiro as articulações e os pedidos para que Dom Pedro I não embarcasse de volta e permanecesse no Brasil. Fez-se um abaixo assinado com oito mil assinaturas para que o príncipe regente ficasse por aqui.

No dia 9 de janeiro de 1822, José Clemente, presidente do Senado, entregou o documento que pedia a permanência para Dom Pedro I. Ao receber esse apoio, o príncipe regente decidiu não obedecer às ordens de Portugal e declarou que ficaria no Brasil: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto! Diga ao povo que fico”. Era o que faltava para desencadear o processo de Independência do Brasil.

Dom Pedro I apareceu na sacada do Paço Imperial para anunciar ao povo a sua decisão. O artista francês Jean-Baptiste Debret eternizou o 9 de janeiro de 1822 em uma tela que, ainda hoje, ilustra as páginas dos livros de história. Até setembro, muitas águas iriam rolar no Riacho do Ipiranga até esse mesmo Dom Pedro I proclamar a Independência do Brasil.