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Hoje em dia as fotos que tiramos estão guardadas no celular e no computador. Foi -se o tempo de ir até uma loja com a máquina fotográfica e revelar as fotos. Lembro de uma propaganda da Fujioka que dizia revelar as fotos em até 1 hora. Como era bom ver os registros, as poses. Como era frustrante a foto mais esperada não ter ficado do jeito que esperávamos. Hoje, se uma selfie não fica boa, a gente apaga e refaz até ficar boa.

Antigamente tirar foto era muito caro. As famílias aproveitavam o domingo que iam à missa com a melhor roupa do armário para tirar uma foto. Não poderia ter erro. Todo mundo sério. A minha Bá, mãe do meu pai, sempre me mostrava as fotos da família. Os mais velhos e mais altos atrás, de pé, as mulheres e os caçulas na frente. A Bá resolveu quebrar o protocolo e abraçou meu Di, pai do meu pai, que permaneceu sério. Ela sorriu também.

Ah, como eu gostava de ouvir a Bá contando as histórias das fotos.

Estou falando das fotos antigas porque o Facebook me lembrou que em 2012 eu estava na casa da minha vó Maria, mãe da minha mãe, revendo as fotos da família. Como foi bom revisitar o passado da nossa família, reviver na lembrança aqueles que se foram. Rir das poses, dos penteados.

Num mundo onde os celulares registram tudo, armazenam todas as imagens (as nossas e as dos outros) guardar e reviver as fotos reveladas do e no passado é um ato de resistência. Por sinal, um dos criadores da internet sugeriu, numa entrevista, que imprime tudo aquilo que considera importante, pois teme perder parte de sua história.