Quando eu trabalhava perto da Rodoviária, sempre dava uma passada nas Lojas Americanas do Araguaia Shopping. Eram meados dos anos 2000 e as Americanas vendiam livros e DVD’s a preço camarada. Um dos DVD’s que eu comprei foi o de Woodstock, o famoso festival de rock que começou no dia 15 de agosto de 1969. O evento coroou a década de 1960, tão intensa, tão provocadora. Uma multidão de jovens se dirigiu até Bethel, no estado de Nova York, para quatro dias de música, viagens alucinógenas e sexo livre.

Coloquei o DVD para rodar e logo de cara já gostei da performance do Carlos Santana. Eu só o conhecia da época que ele lançou a música “Smooth” em 1999. Em Woodstock, Santana levou o público ao delírio com sua guitarra fazendo solos memoráveis em “Soul Sacrifice”. Depois, vi a apresentação da Janes Joplin. Simplesmente magnífica. Por fim, assisti Jimi Hendrix. Dispensa comentários. Ele era o deus da guitarra. Parece que, com o passar do tempo, quando revemos as apresentações desses gênios da música, nós sempre encontramos algum detalhe não percebido, um som escondido.

Woodstock foi imenso. Pobres policiais que tentaram manter a ordem no trânsito e nas cidades vizinhas. Os jovens queriam ser livres, leves e soltos. Amar livremente com qualquer pessoa. Em agosto de 1969 ainda era possível sonhar com um mundo sem a guerra no Vietnã, só curtindo a vibração vinda daquele palco. Mas, os anos 1970 estavam chegando e a dura realidade da vida bateria com força.

Por falar em sonho, será que é possível sonhar com as Lojas Americanas vendendo livros e DVD’s a preço camarada? Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único.

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