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As plataformas digitais facilitaram demais a nossa vida. Podemos ouvir nossas músicas prediletas em qualquer lugar, a qualquer hora e com som de qualidade. Não é mais preciso esperar semanas para que o disco do cantor preferido chegasse em casa. Hoje é tudo ao mesmo tempo, sem barreiras para impedir um fã de ouvir o último lançamento do seu ídolo.

Antigamente, para se ouvir um disco do cantor preferido era preciso o LP, o CD ou o K7 chegar na loja e estar disponível para a venda. Comprava-se o disco, corria para casa e colocava na vitrola. A música começava e para ouvir o disco inteiro era preciso vira-lo ao final de cada lado. Tudo isso com o máximo cuidado para não riscar o disco. O CD facilitou a audição dispensando virar o lado. Mas manteve o problema do risco que prejudicava o ouvir a música pulando partes ou não rodando devidamente.

E o que dizer da fita K7? Além de virar a fita, era preciso cuidado para o rolo não se romper ou embaralhar. Ou apertar o rec sem querer e gravar algo por cima. Apesar disso, a fita K7 era democrática, pois permitia que o ouvinte montasse sua playlist. A caixinha da fita vinha com espaço para preencher as músicas de cada lado. Eu fiquei fã dos Beatles depois que eu ouvi uma fita K7 com as músicas da banda. Quantas fitas circularam clandestinamente divulgando as músicas dos artistas mesmo sem pagar os direitos?

O K7 popularizou a música, tornou-a democrática, ao alcance de todos. Antes da playlist do Spotify, existia a playlist do K7. Comprava -se o disco, gravava suas músicas na fita. Ou pedia a música no rádio para gravá-la em casa. Se você abrir algum armário de casa, vai encontrar uma caixa cheia de fitas K7. Eu prefiro as plataformas digitais que não precisam virar o LP, riscar o CD ou rebobinar a fita com uma caneta Bic. Mas não esqueço a história coletiva e, claro, também individual.