Conheça o ministro que “protegeu” o poeta Drummond e perseguiu professores universitários

10 março 2023 às 09h46

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O mineiro Gustavo Capanema foi o ministro da Educação que mais tempo ficou no poder, de 1934 até 1945 (quase empatou com o próprio Getúlio Vargas).
Naquela época, Educação e Saúde estavam no mesmo ministério. Capanema reuniu uma equipe de peso para assessorá-lo como Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Lourenço Filho e Anísio Teixeira.
O Ministério da Educação e Saúde Pública foi criado em 1930, logo após a vitória da Revolução que colocou Getúlio Vargas no poder. Em 1937, Capanema deu início à construção do prédio da sede do Ministério, no Centro do Rio de Janeiro. Lucio Costa e Oscar Niemeyer fizeram o projeto colocando em prática as modernas tendências arquitetônicas. Cândido Portinari fez os afrescos na entrada principal do prédio. Na área da Saúde, ele fez campanhas sanitárias e construiu vários hospitais para tratar das epidemias de tuberculose e lepra.

Capanema perseguiu os opositores de Getúlio Vargas. Em 1935, logo após a derrota da Intentona Comunista, o ministro reclamou da influência comunista na Universidade do Distrito Federal. A perseguição fez com que vários professores se demitissem da universidade como protesto. Durante o Estado Novo, Capanema colocou o Ministério da Educação e Saúde a serviço da propagação da ideologia da ditadura varguista.

Com o fim da Era Vargas, em 1945, Gustavo Capanema deixou o governo e começou a atuar no Parlamento pelas décadas seguintes. Ele apoiou o golpe de 1964, mas criticou as medidas autoritárias dos militares. Logo ele que participou da ditadura do Estado Novo. Em 1979, Capanema encerrava sua longa carreira política. Ele morreu em 10 de março de 1985.