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O comércio com a Índia era muito lucrativo no começo do século XV. As especiarias (mostarda, pimenta, canela) eram produtos muito apreciados pelos europeus.

O caminho até lá tinha que passar pelo Mar Mediterrâneo. Essa rota já era dominada por Gênova e Veneza. Com o crescimento do comércio, genoveses e venezianos aumentaram os impostos e isso encareceu esses produtos orientais na Península Ibérica. Portugal e Espanha, para não perder espaço nesse lucrativo comércio, decidiram encontrar outro caminho até a Índia.

Enquanto os espanhóis tentaram chegar até a Índia seguindo em linha reta, os portugueses decidiram apostar no contorno do litoral africano até chegar ao destino final. Não seria tarefa fácil.

Arriscar navegar pelo Oceano Atlântico exigia não apenas coragem, mas também conhecimento. A Coroa Portuguesa investiu na formação dos navegadores e no desenvolvimento de técnicas de navegação. Aos poucos, os resultados desses investimentos foram aparecendo.

Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança. Ele foi até a pontinha ao sul da África e depois retornou para Portugal. Anos depois foi a vez de Vasco da Gama fazer o mesmo percurso. Ele conseguiu atravessar o Cabo da Boa Esperança (ou das Tormentas) e, no dia 2 de março de 1498, desembarcou em Moçambique. O que era medo para os navegadores portugueses, virou confiança; de fato, a Boa Esperança.

Assim os portugueses foram abrindo um novo caminho até a Índia, uma nova possibilidade para comercializar as especiarias na Península Ibérica. O feito de Vasco da Gama (que viveu 55 anos) foi imortalizado nos versos de Luiz de Camões em “Os Lusíadas”.