As eleições estaduais de 1982 foram importantes para o processo de abertura política. A anistia já era uma realidade e os exilados voltaram para casa. Eleger os governadores dos estados era um grande passo para a oposição se fortalecer e colocar um ponto final na ditadura. Era preciso retomar a participação popular na política brasileira.

Em 13 de novembro de 1980, o governo Figueiredo autorizou a realização das eleições para governador, pelo voto direto, em 1982. Já fazia mais de quinze anos que o povo não escolhia o governador do seu Estado. Tancredo Neves, Iris Rezende, Leonel Brizola, Franco Montoro, notórios opositores dos militares, se elegeriam pelo voto popular para governar, respectivamente, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo. O MDB, partido de oposição à ditadura, virou PMDB e se tornou a sigla vitoriosa naquele pleito.

Iris Rezende voltava a disputar uma eleição direta desde que saiu da Prefeitura de Goiânia em 1969, tendo o mandado cassado pelos militares. À frente do Palácio das Esmeraldas, Iris começaria a era dos mutirões e uma participação ativa na campanha pelas “Diretas Já”.

A democracia voltava aos poucos e o povo novamente sentia o gostinho de eleger com seu voto o governante do seu Estado. Para eleger o governante do seu país, a espera foi um pouco mais longa.