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O Catetinho ou “Palácio de Tábuas” foi a primeira construção oficial de Brasília. Fica perto da BR-040, próximo ao Gama. As obras começaram em 22 de outubro de 1956 e no dia 31 já estava pronta. Essa rapidez representaria o “Espírito de Brasília”. Oscar Niemeyer foi o responsável pelo projeto. Se o presidente Juscelino Kubitschek tinha o Catete no Rio de Janeiro, agora teria o Catetinho na nova capital.

Kubitschek viajava constantemente para Brasília acompanhar o andamento das obras juntamente com Israel Pinheiro.

O Catetinho era o lugar onde ele dormia, despachava, fazia reuniões e ouvia serestas quando o amigo músico César Prates levava o violão. Outro amigo músico que estava sempre por ali era Dilermano Reis. A propósito, foi ele que batizou o palácio. O silêncio do Planalto Central começava a ser quebrado pelo som do violão e das máquinas.

Em 1959, Tom Jobim e Vinicius de Moraes passaram dez dias em Brasília e se hospedaram no Catetinho. Eles foram convidados por Juscelino para compor a “Sinfonia de Brasília”. Perto do Catetinho tem uma mata com uma mina d’água. Tom e Vinicius pegavam seus violões e sentavam perto dessa mina para se inspirar e compor. Os mestres da Bossa Nova, tão acostumados com Ipanema, ficaram encantados com a natureza.

O Catetinho foi inaugurado dia 10 de novembro de 1956. Dizem que na festa da inauguração faltou energia e não tinha gelo para colocar no uísque dos convidados. Milagrosamente caiu uma chuva de granizo e o gelo vindo do céu gelou a bebida.

Logo após a inauguração, Juscelino convocou o Departamento do Patrimônio Histórico Artistico Nacional (DPHAN) para tomar conta do Catetinho preservando-o para a história. Hoje, o primeiro palácio de Brasília é um museu. Os quartos estão bem preservados. Tem fotos, móveis da época, edições da revista Manchete, é claro, papéis e caixas de creme dental Kolynos. A mata e a mina d’água que inspiraram Tom e Vinicius continuam lá, jorrando água pura ou “Água de beber”, uma das canções.

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