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É sempre bom a gente lembrar de bons políticos. O mineiro Afonso Arinos de Melo Franco, nascido em 27 de novembro de 1905, foi um deles. Formou-se em Direito na Universidade do Brasil (atual UFRJ) e atuou como promotor de justiça em Belo Horizonte. Foi professor de História do Brasil na Universidade do Distrito Federal (atual UERJ) e no Instituto Rio Branco. Lecionou fora do Brasil, nas universidades de Montevidéu e na Sorbonne (Paris). Talvez se nossos políticos tivessem um pouco da formação de Afonso Arinos, o Congresso Nacional poderia trabalhar bem mais pelo bem comum e país seria muito melhor.

Em 1945, Afonso Arinos assinou o Manifesto dos Mineiros, que exigia o fim da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas e a restauração da democracia. Ele ajudou a fundar a (União Democrática Nacional (UDN), partido pelo qual foi eleito deputado em 1947.

No Congresso, Afonso Arinos propôs a lei contra a discriminação racial em 1951. No auge da crise de agosto de 1954, fez um duro discurso na Câmara exigindo a renúncia de Getúlio Vargas, que se suicidou dias depois.

Eleito senador em 1958, dessa vez pelo Rio de Janeiro, Afonso Arinos se licenciou do cargo para assumir a pasta do Ministério das Relações Exteriores no governo Jânio Quadros. Na sua gestão, implementou a Política Externa Independente, que pretendia orientar as relações exteriores fora da bipolaridade da Guerra Fria.

Durante o Concílio Vaticano II, Afonso Arinos participou como embaixador extraordinário.

Afonso Arinos apoiou o golpe de 1964 e ingressou três anos depois no Conselho Federal de Cultura. Seu conhecimento jurídico lhe deu base para participar ativamente da elaboração de duas constituições: a de 1967 e a de 1988.

Ele morreu no Rio de Janeiro, em 27 de agosto de 1990, em pleno exercício do mandato de senador.