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Adoniran Barbosa queria ser ator, mas as portas dos teatros estavam sempre fechadas para ele. Seu sonho de adolescente era ser famoso. Se a popularidade não veio no teatro, a música lhe sorriu e abriu portas tornando-o conhecido em todo o Brasil.

Ele foi um dos que popularizou a fala paulistana em suas músicas. Além do sotaque, Adoniran levou os lugares de São Paulo para todo o país. Em “Trem das Onze”, Adoniran estava preocupado com a hora do trem. “Moro em Jaçanã, se eu perder esse trem que sai agora às onze da manhã, só amanhã de manhã.”

São Paulo mudou muito no século passado. A cidade com ar interiorano virou uma metrópole. Adoniran fez em verso a saudade do que se foi e não existe mais porque deu lugar para a chegada do progresso.

“Se o senhor não está lembrado

Da licença de contar

Que aqui onde agora está

Esse edifício alto

Era uma casa velha um palacete assobradado.”

A saudosa maloca virou um edifício alto tal qual em muitas cidades grandes do Brasil.

Adoniran soube usar a música para dar um puxão de orelha no amigo Arnesto que convidou a turma pro samba e desmarcou sem avisar. Todo mundo ficou “numa reiva”. Custava o Arnesto ter colocado um bilhete na porta?

O sambista amigo do Arnesto, morador do Jaçanã e com saudades da maloca morreu em 23 de novembro de 1982, na São Paulo que ficou famosa em suas letras e no seu jeito de cantar.

Confira uma música de Adoniran Barbosa