A Pampulha forjou o político Juscelino Kubitschek, o prefeito que virou presidente

17 maio 2023 às 10h36

COMPARTILHAR
Juscelino Kubitschek foi nomeado prefeito de Belo Horizonte pelo interventor Benedito Valadares. Ele não queria o cargo e estava decidido a seguir com a Medicina. Mas Valadares, o homem de Getúlio Vargas em Minas Gerais. o convenceu e a mosca azul da política picou Kubitschek. Não tinha mais volta.
O novo prefeito da capital mineira começou os trabalhos no final de 1940. Ele queria governar de uma forma diferente, mais próxima do povo. Juscelino colocou uma mesa na porta da prefeitura e ouvia os reclames da população.

O “prefeito furacão” tava on. Abrindo avenidas e ruas usando carros de bois, visitando obras, exigindo cumprimento nos prazos. O prefeito anterior havia recomendado que não fizesse muita coisa. Ele fez exatamente o contrário.
Médico de formação, Juscelino tratou Belo Horizonte como se fosse um paciente. Aos poucos, a cidade foi ganhando novas formas.
A maior marca da Administração JK foi o Complexo da Pampulha. O lago já estava pronto, mas faltava a sua revitalização.
Juscelino chamou o arquiteto Oscar Niemeyer para fazer o projeto, Cândido Portinari para fazer as pinturas e Roberto Burle Marx, os jardins.

As obras do complexo começaram em 1941. No dia 16 de maio de 1943, Pampulha era inaugurada com a Igreja de São Francisco de Assis, o cassino, a Casa do Baile. Kubitschek e Niemeyer jamais imaginaram no dia da inauguração de Pampulha que treze anos depois estariam juntos novamente para construir Brasília.
Quem não gostou da Igreja de São Francisco de Assis foi Dom Antonio dos Santos Cabral, arcebispo de Belo Horizonte. Ele não consagrou a Igreja porque, em uma das telas pintadas por Portinari, São Francisco aparecia ao lado de um cachorro e não de um lobo. O formato da Igreja também não o agradou. A consagração só aconteceu 14 anos depois da inauguração.
Já pensou se Benedito Valadares aceitasse o primeiro não de Juscelino Kubitschek e procurasse outra pessoa para ser prefeito de Belo Horizonte? Pampulha não sairia e Brasília seria apenas um quadrado no meio do mapa do Brasil.