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Depois do término da Segunda Guerra Mundial, o mundo não seria mais o mesmo. O terror imposto pela tragédia do nazifascismo exigia a formação de governos democráticos. O Brasil seguiria o mesmo caminho. Desde 1930 que o nosso país era governado por Getúlio Vargas que, desde 1937, se tornara ditador. O seu Estado Novo não resistiria a esse novo mundo que surgia dos escombros da guerra. Liberdade e democracia não tinham nada a ver com a forma que Vargas governava o Brasil.

A volta dos pracinhas que bravamente lutaram contra os nazistas em terras italianas foi outro aviso para Vargas de que seu tempo no poder tinha acabado. A Força Expedicionaria Brasileira lutou contra a ditadura nazifascista na guerra e não fazia sentido voltar para casa sob o comando de um ditador. Era preciso trazer para o Brasil os ventos democráticos que sopravam sobre a Europa Ocidental. Mas… Getúlio Vargas aceitaria essa nova situação? É claro que não! Na verdade, ele sabia que seu tempo havia terminado, mas queria influenciar a política.

Nas ruas, seus fiéis seguidores exigiam sua permanêcia. O “Pai dos pobres” não podia sair do poder. “Queremos Getúlio” logo se espalhou e o ditador mostrou que tinha o comando da massa. Porém, o “queremismo” dos militares era “Queremos Getúlio fora do poder”. Eles pressionaram tanto que Vargas teve que renunciar no dia 29 de outubro de 1945. Em 1930, era Washington Luís, último presidente da República Velha, que deixava o Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro. Quinze anos depois, foi a vez de Getúlio.

O Brasil estava em transformação depois da Segunda Guerra Mundial, mas aqui tem muita coisa que permanece. O filme “A volta dos que não foram” está sempre em cartaz. Getúlio Vargas saiu em 1945 e voltaria em 1950, “nos braços do povo”.

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