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“Pensem nas crianças, mudas, telepáticas
Pensem nas meninas, cegas, inexatas
Pensem nas mulheres, rotas alteradas
Pensem nas feridas, como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam da rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária
A rosa radioativa, estúpida e inválida

A rosa com cirrose, a anti-rosa atômica
Sem cor, sem perfume, sem rosa, sem nada”

Vinicius de Moraes escreveu este belo poema em 1954 e Ney Matogrosso gravou maravilhosamente bem em 1979. Ela recorda Hiroshima e a bomba atômica que a destruiu em 6 de agosto de 1945. Os Estados Unidos lançaram a bomba sobre o Japão para forçar a sua rendição. A Segunda Guerra Mundial já tinha terminado na Europa, mas os japoneses continuavam lutando no Pacífico.

Às 08:15 da manhã, a “Little Boy”, como foi chamada a bomba atômica, caía sobre Hiroshima matando milhares de pessoas. Dois dias depois, seria a vez de Nagasaki ser arrasada por outra bomba. Hiroshima foi reconstruída, mas a sua rosa nos faz sempre lembrar das crianças mudas, telepaticas.

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