Acompanho de perto as eleições da OAB-GO desde 1999 e em nenhuma das sete eleições acompanhei tanta arriaria, vulgaridades e mixórdia

A começar por levantamento de instituto de estatística que mostrava Rodolfo Mota e Valentina terem ultrapassado Pedro Paulo, e Grupo de pesquisas fortes que sempre colocaram o Candidato da Nova Ordem à frente de Rafael Lara. Com exceção da pesquisa Serpes contratada pelo Jornal Opção e da empresa de pesquisas Directa que realizou trabalho em parceria com a AGA – Associação Goiana de Advogados, que diga-se de passagem, foi a pesquisa de mais se aproximou da verdadeira intenção de voto dos advogados.

Voltando para lições dessa última eleição na Ordem, tentando esquecer as baixarias e Fake News, temos que, depois da hegemonia da OAB Forte que durou 20 anos, a oposição assumiu a Ordem em 2016 e agora abrirá seu terceiro mandato e a pergunta que fica até quando perdurará o grupo antecessor no poder.

Um dos grandes equívocos da chapa derrotada foi esconder suas origens enraizadas na OAB Forte, o que pode ter contribuído para mais um fracasso da Nova Ordem de Pedro Paulo.

Decepcionante mesmo foi o desempenho de Valentina Jungmann, que prova não ser essencial ser filho ou neta de ex-presidente da OAB para alçar no posto máximo da advocacia em Goiás, aliás, não só Ela decepcionou nesse quesito, como também o próprio Pedro Paulo e também Flávio Buonaduce.

Desenganado e menosprezado na verdade ficou Leon Denis, pois colocou à prova seu nome e viu todo seu esforço em ajudar Valentina terem pouco mais de 10% dos votos, o que deve fazer Leon trabalhar e investir muito para tentar socorrer um pouco dos correligionários que restam, sem falar no mau sucedido vídeo gravado contra o Ex-Presidente Miguel Cançado onde tentou desenterrar defunto de uma sessão do Conselho Seccional da primeira década do século, ou seja, há mais de dez anos. A advocacia jovem ficou sem entender e não deu a mínima bola, aliás tal vídeo pode ter ajudado na verdade o grande favorito das eleições. Contudo, importante destacar que Júlio Meirelles teve maturidade e vislumbrou o inevitável, ou seja, que ainda não era dessa vez que a atual oposição voltaria dirigir a Ordem.

Rodolfo Mota fez uma belíssima campanha para Deputado ou Senador, com uma campanha publicitária impecável, mas lhe faltaram apoios de peso, capazes de fazerem os colegas advogados e advogadas acreditarem que Ele poderia vencer, deixando um grande legado na CASAG, não conseguiu sequer ao menos alcançar o percentual de votos de Edmar Lázaro Borges último ex-presidente da CASAG que buscava a Presidência da OAB. O futuro político de Rodolfo Mota dependerá de seu trabalho a partir de agora, pois, pode tentar contundiu com seu grupo e se unir a seus antigos aliados ou juntar força com a OAB FORTE, devendo com certeza abandonar o slogan OAB Unida, pois todos sabem que a Ordem esta toda desfragmentada.

Outro slogan que não colou foi a Nova Ordem de Pedro Paulo, pois todos sabem, que Pedro Paulo foi conselheiro Seccional e Suplente de conselheiro Federal da antiga OAB Forte e não basta dizer que é novo, quando todos sabem que isso não condiz com a realidade. A grande queixa de Júlio Meirelles se encontrava no fato de Pedro Paulo ter abandonado a militância durante dois anos e na última hora resolveu ser candidato, tendo nesse caso, com certeza faltado bases sólidas no interior, onde em grande parte das subseções não obteve sequer ao menos cinquenta por cento dos votos.

Felicíssimo Sena e Miguel Cançado continuam sendo as lideranças mais importantes da atual oposição, mas Tales Jayme e Lúcio Flávio se consolidam grandes influenciadores do grupo vencedor e diga-se de passagem, Tales tem vencido eleições na Ordem desde os últimos anos que me lembro.

Já Rafael Lara, tem a missão de esquecer o processo eleitoral, olhar para o futuro e dirigir a Ordem do Advogados Seção de Goiás, levando-a para um patamar de excelência, pois sua história, seu currículo e sua experiência lhe credenciam para ser um dos melhores Presidentes que a OAB Goiás já teve. Para isso, os desafios que Lara enfrentará serão enormes, principalmente pelo momento em que vivemos, pós-pandemia, altíssimas custas processuais, barreiras para o exercício da advocacia criminal, acesso a justiça cada dia mais limitado, processo judicial eletrônico e muitos outros obstáculos para o crescimento e oportunidades para os mais de 60 mil advogados e advogadas de Goiás.