Goianos gostam dos quintais

03 novembro 2021 às 19h01

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Nas antigas cidades goianas as casas sempre reservavam generoso espaço para os quintais
Nas antigas cidades goianas as casas sempre reservavam generoso espaço para os quintais, que são floridos e arborizados, com jardins muito bem conciliados com as árvores frutíferas. O saudoso amigo Haroldo de Britto apreciava muito a descrição dos quintais de Corumbá de Goiás pelo escritor Bernardo Élis. Afirmava que Bernardo dava um toque impressionista nos quintais que descrevia.
Embora o terreno das casas fosse menor quando Goiânia surgiu, todas as famílias que se mudavam para a então nova capital goiana tratavam de trazer mudas de árvores. A jornalista Olga Curado fez, certa vez, uma crônica falando do quintal de sua infância, na Rua 77, em Goiânia.
Eis um trecho
“No quintal de minha casa, na Rua 77, havia uma mangueira. De dar água na boca. Faceira, inzoneira, de estirpe, inclinada e soberba e dava manha Bourbon. Manga com nome de rei. Nobreza de meu quintal. E na rua da minha casa passava o homem do leite. Passava o homem do pão. Passava sem cerimônia meninos com vagens de ingá. Que colhiam em um bosque, Da sobra de minha rua vinham trocando alegres as vagens por jatobá.”