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Uma mulher mandou estrume para Dona Beija. Ela devolveu a bandeja com rosas e um bilhete: “Cada uma dá o que tem”

Procede que a lendária dona Beija, de Araxá, prejudicou Goiás (interrogação)? Sim, é verdade.

Ana Jacinta de São José, a Dona Beija, era uma criança tão bonita que começou a ser chamada de Beija-Flor. Ela nasceu na cidade de Formiga, Minas, e foi levada pequena para Araxá. Grande parte então do Triângulo Mineiro pertencia a Goiás. O governador de Minas teve paixão por ela e chegou a raptá-la.

Dona Beija fez com que o governador conseguisse da então Corte que a região passasse a pertencer a Minas. Ana Jacinta nasceu em 1800 e iria morrer em 1873.

Dona Beija despertava ciúme das mulheres de Araxá. Num livro sobre essa cidade, “Araxá — Da Maloca ao Palácio”, o escritor Waldir Luiz Costa que conta que, certa vez, uma mulher enviou pelo “moleque”, o menino negro que servia às casas, uma bandeja de prata para Dona Beija, coberta com toalha de renda. A bandeja conduzia estrume de vaca. Beija mandou o moleque esperar um pouco, determinou à criada que lavasse a bandeja e limpasse a toalha. E colocou rosas, com um bilhete: “Cada uma dá o que tem”.

A extinta TV Manchete fez uma telenovela muito bem-feita sobre Dona Beija, com a atriz Maité Proença no papel.