Avião sequestrado pousou em Goiânia

27 dezembro 2020 às 00h00

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O piloto Fernando Murilo conseguiu evitar que o voo fosse a Brasília, onde o criminoso pretendia jogar o avião contra o Palácio do Planalto
Morreu em agosto passado, aos 76 anos, em Armação de Búzios, onde vivia desde que se aposentou na aviação, o comandante Fernando Murilo Lima. Ele foi um verdadeiro herói, em setembro de 1988, quando comandava uma aeronave da Vasp que foi sequestrada. Tratava-se de um Boeing 737-300, com 135 passageiros e oito tripulantes. Fazia o trecho entre os aeroportos de Confins, Belo Horizonte, e Galeão, no Rio, quando um passageiro armado, Raimundo Nonato Conceição, invadiu a cabine de comando. O co-piloto Salvador Evangelista tentou impedi-lo e foi morto.
O sequestrador determinou ao comandante que voasse para Brasília e foi obedecido. Quando se aproximava de Brasília, o jato estava já com pouco combustível e o sequestrador afirmou que era para lançar o avião sobre o Palácio do Planalto, pois ele queria era matar o presidente José Sarney.

Raimundo estava desempregado, a inflação beirava 400% ao ano e ele culpava o presidente. O comandante conseguiu então que houvesse um pouso em Goiânia, para onde a Polícia Federal enviou atiradores de elite que mataram o sequestrador. O comandante salvou portanto 135 passsageiros e, claro, o presidente Sarney, homem insensível e egoísta que nem sequer enviou agradecimentos ao herói.