As rosas verdes de Amália Hermano para o escritor russo Iliá Erenburg

31 maio 2020 às 00h02

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A botânica goiana-tocantinense entregou rosas verdes para Jorge Amado entregar para o celebrado escritor russo, em Paris

A escritora Amália Hermano (1916-1991), que deixou grande contribuição à cultura goiana, foi também botânica.
Amália Hermano dedicou-se muito às orquídeas e às rosas. Ela se dedicou ao cruzamento de rosas e conseguiu uma raridade, rosas de cor verde.

Ela e o marido, Maximiano da Mata Teixeira, tiveram grande amizade com o escritor baiano Jorge Amado.
Maximiano e Jorge foram colegas na Faculdade de Direito em Salvador. O romancista baiano foi se encontrar certa vez, em Paris, com seu grande amigo russo Iliá Erenburg, mundialmente famoso escritor. Jorge Amado pediu a Amália um pacote de rosas verdes para presentear Erenburg. Ela colecionou as rosas verdes, usou conservantes e Jorge Amado desembarcou em Paris com o singular presente.

Trecho do livro “Jorge Amado — Uma Biografia” (Todavia, 637 páginas), da jornalista Joselia Aguiar: “Dois dos melhores amigos [de Jorge Amado] eram os únicos negros no internato: Maximiano da Mata Teixeira, chamado Gato Preto, e Giovanni Guimarães, o Macaco, apelido hoje imprativável pela conotação racista. (…) Jorge recebeu o vulgo de Vermelho, ou Vermelhinho, ainda não por ser comunista, e sim pelo tom de pele, que ficava por vezes avermelhada. Por um tempo foi também Piolho, pois se saiu como ‘campeão’ quanto o inseto assolou cabeças no colégio dos jesuítas”.