Tribunal mantém condenação e Luís Nassif terá de pagar 30 mil reais para Ali Kamel
12 novembro 2015 às 22h36
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A cruzada de Luís Nassif saiu do campo jornalístico para o embate puramente político-ideológico
A batalha de Luís Nassif (foto ao lado) e Paulo Henrique Amorim extrapolou o campo da verdade e do jornalismo. É mais ideológica e política. Nassif e Amorim estão numa cruzada contra os jornalistas que a esquerda chama de liberais e, até, de neoliberais. As críticas não são apenas de um lado, mas, a se avaliar pela quantidade de processos judiciais, Nassif e Amorim estão mais radicalizados e, aparentemente, mal orientados por seus advogados (ou, mais provável, não aceitam orientação alguma). Na quarta-feira, 11, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro manteve a condenação em primeira instância de Luís Nassif, por danos morais, por ter ofendido o diretor de Jornalismo da TV Globo, Ali Kamel.
Um dos mais qualificados jornalistas de economia do país — escreve também muito bem sobre música —, Luís Nassif extrapolou ao escrever que “onde Kamel coloca a mão, vira lama”. Sublinhou também que o diretor da Globo “gosta de ser paparicado e expor subordinados ao ridículo”. Autor de livros polêmicos, como “Não Somos Racistas”, Ali Kamel (foto ao lado) é, de fato, intelectual; seus textos e argumentação não são, em absoluto, os de um jornalista comum. Mesmo assim, Luís Nassif disse que se trata de “subintelectual da velha mídia”.
Ao condenar Luís Nassif, o desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro reduziu, porém, o valor da indenização de 50 mil para 30 mil reais. A juíza Larissa Pinheiro há havia condenado o jornalista porque extrapolou “o direito de informação” ao, mais do que criticar, atacar Kamel. “O réu [Nassif] (…) ataca claramente os direitos da personalidade do autor, buscando denegrir sua imagem. Os textos fazem críticas que ultrapassam a simples emissão de juízo de valor sobre a atividade do autor, posto que visam atingir a imagem e credibilidade deste”, sentenciou a juíza.