Thiago Topete, por meio do programa “Meu Motel, Minha Grana”, construiu 112 quitinetes em apenas 20 dias. A Odebrecht deveria contratá-lo como engenheiro
Nada mais espantoso e Franz “O Processo” Kafka deve ter rido mais do que humorista em busca de emprego. Do túmulo, claro. A manchete “Tráfico fez motel em presídio para lucrar R$ 120 mil ao mês”, de “O Popular”, mostra que a Penitenciária Odenir Guimarães, ex-Cepaigo, em Aparecida de Goiânia, havia se tornado a casa da mãe joana. A reportagem “Lucro mensal de R$ 120 mil”, de Rosana Melo, sugere que o impossível não existe. O traficante e capitalista selvagem Thiago Cesar de Souza, conhecido como Thiago Topete, decidido a se tornar empreendedor, começou a construir 112 quitinetes no presídio. Elas seriam alugadas para os presos receberem suas visitas íntimas. O construtor e dono de “imobiliária” esperava faturar mil reais com cada unidade.
O empreendedor Thiago Topete não deu sorte: a “Operação Lava Sexo” do serviço de inteligência da Superintendência de Administração Penitenciária (Seap) descobriu o “programa” sócio-sexual “Meu Motel, Minha Grana” e decidiu extingui-lo. Fica a pergunta: se o “empresário” chegou a construir os quartos do motel, faltava apenas o acabamento, por que demoraram tanto para descobrir uma obra que, dada a dimensão, não há como esconder? Por que a Seap demorou tanto a perceber a obra, insistamos, de certo vulto?
Uma coisa é certa: a Odebrecht, se sobreviver, certamente vai contratar Thiago Topete como “engenheiro”. Em 20 dias, o traficante de drogas, construiu 112 quartos. Mostrou eficiência.
Problemas
Há problemas na reportagem. Fica-se com a impressão, pela edição, que força o texto, que o traficante Thiago Cesar de Souza faturava 120 mil reais por mês com quitinetes no presídio. Na verdade, as quitinetes ainda não haviam sido concluídas, “estavam em fase de acabamento”, informa a excelente repórter.
A reportagem começa informando que Thiago Topete estava construindo 112 quitinetes. Em seguida, no box “Thiago Topete iria explorar motel”, menciona-se 120 quitinetes. Se o traficante iria faturar 1 mil com cada unidade, e eram 112, o faturamento chegaria a 112 mil — não a 120 mil reais.
A reportagem informa: “O coronel Edson Costa Araújo, atual secretário interino de Segurança Pública”. A palavra “atual” está sobrando.
Os problemas não diminuem em nada a qualidade (e a gravidade) da reportagem. São filigranas que podem ser corrigidas no texto que está na internet.
Se tem essa regalia para o Traficante Capitalista, o que não deve ter para o Bandido Comunista, preso na Região Metropolitana de Curitiba?
Até reformaram a Papuda para mensaleiros quem nem passaram uma temporada!