Tentando se livrar da depressão, cartunista Angeli não vai produzir tirinhas pra Folha de S. Paulo

Thaïs Gualberto, autora da série “Olga, a Sexóloga”, vai substitui-lo na “Ilustrada”, caderno de entretenimento do jornal

Cartunistas são, por vezes, a alma de um jornal. O que leio — e vejo, pois os quadrinhos, os desenhos, são fabulosos (contam a história rivalizando-se com as palavras) — primeiro em “O Popular” são os quadrinhos do Katteca, a arte do Britz. Costumo dizer, e a sério, que são os verdadeiros editoriais do jornal. Katteca faz um mergulho no nosso cotidiano, sem condescendência, e é isto que nos faz rir — tanto do trágico quanto do cômico. Na “Folha de S. Paulo”, Glauco, com seu Geraldão e outros personagens, era insuperável. Assim como o Angeli (foto acima), que agora anuncia que está deixando as tirinhas da “Ilustrada”, da “Folha”. Uma pena. Durante anos, lemos, divertidos, as histórias do Meia Oito, da Rê Bordosa, dos adolescentes Luke e Tantra e dos Skrontinhos.

Aos 59 anos, Angeli conta que está tentando se livrar da depressão — fazendo caminhadas e tomando medicamentos e suplementos. Precisa reduzir sua jornada de trabalho — daí a pausa —, quer parar de fumar e dormir mais. O cartunista afirma que estava se repetindo. “As histórias se repetiam, e os personagens não significavam mais nada. Era uma agonia”, disse à “Folha”.

Mas Angeli não está se aposentando. O cartunista só está deixando as tirinhas diárias do caderno de entretenimento e cultura da “Folha”. Suas charges vão sair na página 2 do jornal, às quartas e sextas. Na edição de segunda-feira, criará uma charge para a seção “Quadrão”, na “Ilustrada”. Ele vai se revezar com Laerte, Rafa Coutinho e Luiz Gê.

Thaïs Gualberto (foto acima), autora da série “Olga, a Sexóloga”, vai substitui-lo na “Ilustrada”, caderno de entretenimento do jornal