Falta de anúncios possivelmente motivou reticência do Grupo Zahran em aceitar o jornal

Foto: Jornal Opção

Recomenda-se que o leitor acompanhe “O Popular”, pelo menos durante uma semana, para que possa constatar por si um fato: trata-se de um jornal praticamente sem anúncios.

Não se sabe se para disfarçar a ausência qual total de anúncios, o jornal publica os chamados “institucionais”, quer dizer, anúncios da casa (publicidade de programas de rádio e televisão, por exemplo, do Grupo Jaime Câmara).

Qual a causa do, digamos, “problema”? Não se sabe. Mas talvez seja possível arriscar duas perguntas:

1 — Será que o anúncio da venda do Grupo Jaime Câmara, de Goiás, para o Grupo Zahran, de Mato Grosso, teria paralisado o departamento comercial do “Pop”?

2 — O mercado anunciante permanece recessivo, por isso não há anúncios?

Dirigido por profissionais habituados a lidar mais com emissoras de televisão, no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, o Grupo Zahran certamente está de olho na fragilidade comercial de “O Popular”. Fragilidade, diga-se, que atinge praticamente todos os jornais brasileiros.

A relutância do Grupo Zahran em aceitar o “Pop”, jornal de quase um século — sério e qualitativo —, se deve, possivelmente, à falta de anunciantes. O interesse principal da empresa é a aquisição da TV Anhanguera. “O Popular” seria, por assim dizer, um “presente”. “De grego” — dirão os apressados e preconceituosos.

O mercado privado em Goiás, com ou sem recessão, anuncia pouco nos jornais, impressos ou onlines. Sem o governo do Estado e as principais prefeituras — o setor público —, os jornais, e mesmo as emissoras de televisão, teriam dificuldade de sobreviver.