No geral, apesar da divulgação maciça, a imprensa limitou-se aos fatos, sem acrescentar interpretações distorcidas. É o que importa

Ana Clara Pires foi vista pela última vez na tarde da última sexta-feira (17/2) | Foto: Divulgação

Leitores fizeram uma pergunta recorrente, durante a semana, à redação do Jornal Opção: as emissoras de televisão fizeram uma cobertura excessiva sobre o assassinato da menina Ana Clara Pires de Camargo, de 7 anos? Em 2007, quando a menina inglesa Madeleine McCann, então com quase 4 anos, desapareceu em Portugal, a mídia europeia divulgou maciçamente o caso. Até com o objetivo de encontrá-la, o que não aconteceu até hoje.

Houve sensacionalismo? Nos dois casos, é muito difícil cobrar que jornais, rádios e tevês não divulguem de maneira acentuada. Porque interessa ao público, que fica comovido, independentemente do tom excessivo da mídia. Não há como desconsiderar que o fato é comovente. Pode-se concluir que, sim, houve sensacionalismo — como algumas reportagens nada esclarecem, o objetivo era unicamente manter a história no ar para obter (e ampliar a) audiência —, mas nada excessivo, no sentido de prejudicial à sociedade ou ao esclarecimento definitivo do crime. No geral, apesar da divulgação maciça, a imprensa limitou-se aos fatos, sem acrescentar interpretações distorcidas. É o que importa.