Schnauzer, vestido com roupa de franciscano, ganha nome de Carmelo e Frei Bigode e faz sucesso
06 março 2017 às 18h24
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Frades franciscanos ganham cachorro, vestem-no com batina e se tornam conhecidos em todo o mundo
O schnauzer é um excelente cão de companhia que se julga um modelo como cão de guarda. Na verdade, é um ótimo cão de alarme, pois adora latir. É difícil qualquer outro cachorro competir com ele. Eu e Candice tivemos o Kirilov, que morreu aos 10 anos, depois de comer plástico, e criamos a Frida e o Sartoris, de quase 8 anos. O primeiro latia muito, mas os dois, talvez por serem um casal, latem muito mais, chegando a incomodar. São cachorros amorosos com os donos, mas às vezes estranham pessoas que não conhecem há algum tempo. Sartoris é cego e é bravo com outros cachorros — morde o nosso labrador, João, que é mole pra cachorro — e manso com as pessoas. Nunca mordeu ninguém. Frida é um doce comigo e com a Candice, mas bravíssima com estranhos. Chega a tentar morder. Mas, além de cachorros amorosos, são limpos, relativamente independentes (não chegam aos pés do Akita, como sabe o crítico literário Carlos Augusto Silva) e não têm o hábito de destruir objetos. No geral, sabem quais seus brinquedos; aliás, adoram brinquedos novos e sabem distinguir o que é velho do que é novo. Ah, são glutões — comem quase tudo, inclusive frutas (banana, maçã e mamão) e bolacha. Frida às vezes come a comida do João e até passa mal. Solta uns puns piores do que os do Alexis, o francês que faz sucesso no YouTube.
Kirilov, que era um lorde, Frida e Sartoris são lembrados devido ao sucesso que o schnauzer Carmelo, o Frei Bigode, está fazendo nas redes sociais. Franciscanos de Cochabamba, na Bolívia, ganharam um Schnauzer e o vestiram com uma roupa semelhante à que usam no dia a dia (a roupinha era de um fantoche). O freizinho faz o maior sucesso, agradando o público de vários países, inclusive do Brasil.
Os franciscanos estão contentes com Frei Carmelo-Bigode, mas afirmam que o schnauzer “morde tudo, tira coisas do lugar e levam objetos ao jardim” (retirei a frase da coluna da jornalista Lívia Marra, no UOL). Não é típico da raça. Pode ser que queira brincar, mas, não tendo com quem, está sempre apontando alguma. No geral, schnauzers não são de destruir e carregar objetos, ao menos na minha experiência. Eventualmente, pegam alguma meia, mas é raro.
Os franciscanos estão sendo procurados por jornais e emissoras de televisão para falar de Frei Bigode. Como São Francisco de Assis era o patrono dos animais, nada mais justo. Nada alegra mais um ambiente do que cachorros espertos e inteligentes como schnauzers e labradores. Uma vez, minha filha Eline, que adora cachorros, adotou a whippet Meg, então com 3 anos. Quando ela entrou na nossa casa, Kirilov buscou todos os brinquedos, ficou perto deles, como se os protegesse. De algum modo, estava dizendo: “Não vem que não tem. São todos meus”. Ele passou a ignorar a Meg e só se aproximava quando ela estava no cio. Aí ficava apaixonado.