Samba do crioulo doido em reportagem de O Popular sobre OSs na Educação de Goiás
03 novembro 2015 às 08h39
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Repórter comete mais de 10 erros crassos e editores não corrigem o texto
A reportagem “Educação — Sem concurso na rede estadual”, da jornalista Cristiane Lima, de “O Popular”, contém mais de dez erros, sugerindo que o jornal não se preocupa com sua revisão. Mesmo matérias sobre educação, que serão lidas e discutidas por professores, são escritas com certo desleixo. Os problemas não invalidam o texto, é certo, mas indicam que o jornal abandonou parte de seus cuidados com a produção editorial.
Lista dos problemas
1 — “Mas nada muda para os professores que mantém vínculo efetivo com o Estado, que mantêm direitos e direitos.” A repórter usa duas palavras idênticas, “mantém” e “mantêm”, mas com acentos diferentes — agudo, na primeira, e circunflexo, na segunda. O certo é circunflexo nas duas, pois o plural, “professores mantêm” (e não mantém), exige o acento. Filigranas da Língua Portuguesa? Por certo.
2 — No texto principal e numa reportagem menor, Marcos das Neves é apresentado como superintendente de Educação. Mas ele não é meramente um dos superintendentes da Educação. É o superintendente-executivo, uma espécie de subsecretário.
3 — “Neves entende que o novo modelo tem como principal ponto positivo, diminuir.” Como os professores sabem, não se separa o sujeito do verbo, portanto não há vírgula entre “positivo” e “diminuir”.
4 — “Um dos problemas que a administração pública em todo o país enfrente é a lentidão.” Na gestão privada, sugere o texto, nem é a lentidão, mas a falta de qualificação. No lugar de “enfrente”, é claro, deve ser colocada a palavra “enfrenta”.
5 — “Bia reclama a falta de diálogo com o governo estadual.” Não seria “reclama da falta de diálogo”?
6 — “Professores continuam com mesmos direitos e regras.” Faltou o “artigo” os: “Professores continuam com os mesmos direitos e regras”.
7 — “Organizações sociais terá estratégias.” Terão, sabem os professores da rede estadual.
8 — “O superintendente de Educação da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Marcos das Neves diz que”. Com o artigo iniciando a frase, a repórter esqueceu a necessidade de mais uma vírgula: “O superintendente de Educação da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Marcos das Neves, diz que”.
9 — Na frase anterior, há outro erro, igualmente de vírgula: “O superintendente de Educação da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce), Marcos das Neves diz que apesar da gestão ser das organizações sociais, o planejamento e a política pedagógica…”. Entre “que” e “apesar” — diz que, apesar” —, falta uma vírgula.
10 — Não se sabe por quê, mas “O Popular” usa Organizações Sociais, com iniciais maiúsculas, e organizações sociais, com iniciais minúsculas. Falta, lógico, de padronização editorial.
11 — “Já existe, por exemplo, as metas para o Índice de Educação Básica (Ideb), que deverão ser atingidos.” Há dois erros: A) Já existem as metas, e não “já existe as metas”; B) Se a concordância é com metas, como sugere o texto, o certo é: “As metas deverão atingidas”.
12 — “A expectativa é que as primeiras escolas que passem a adotar o novo modelo sejam do Entorno do Distrito Federal, onde mais da metade dos professores do quadro são temporários.” Uma forma mais precisa talvez seja “mais da metade dos professores do quadro é temporária”.
Há outros problemas, como a confusão entre “esse” e “este”.
Vale corrigir as falhas na edição que circula na internet.