Os editores do “Pop” não estão lendo ou estão lendo muito rapidamente as reportagens. Se estivessem lendo, teriam percebido, até com facilidade, os erros da reportagem “Roubo a banco — Per­se­guição, prisões e mortes”. A repórter Rosana Melo, uma das mais experimentadas da redação, relata que a polícia prendeu cinco e matou cinco ladrões de banco. O grupo assaltou o Banco do Brasil de Itapirapuã na quarta-feira, 3.

Problemas da reportagem: 1 — O subtítulo informa que a polícia matou “o maior ladrão de bancos do País”. No terceiro parágrafo, a repórter revela que Fredson Guimarães da Silva, de 39 anos, “era considerado um dos maiores assaltantes de banco do País”. As duas informações são contraditórias. 2 — A repórter menciona “Polícia Militar e Graer”, como se o Grupo de Radiopatrulhamento Aéreo não pertencesse à PM. 3 — “Hoje o delegado Alex Vasconcelos, chefe do GAB/Deic apresenta à imprensa…”. Falta uma vírgula: “Hoje o delegado Alex Vas­concelos, chefe do GAB/Deic, apresenta à imprensa”. 4 — Por falha de digitação, um trecho saiu “colado”: “antecedentes crimi­nais.Eles”. Faltou espaço entre o ponto depois de “criminais” e o pronome “eles”. 5 — O jornal anota: “Na perseguição, o líder do bando [Fredson Guimarães da Silva] foi ferido a tiros e morreu após atendimento no posto de saúde da cidade de Goiás e no Hospital de Urgências de Go­iânia (Hugo)”. Logo a s­eguir, no mesmo texto, a repórter diverge do que escreveu antes: “Fred­son (…) morreu durante a fuga na quarta-feira”. 6 — “Eles entram, recolhem o dinheiro em sacolas e fugem em seguida”, conta o “Pop”. “Fugem” é um neologismo? Não, erro mesmo. O certo, óbvio, é fogem. 7 — No parágrafo final, a repórter produz um texto confuso: “A ação [o assalto] parece ser cronometrada, com cada um é responsável por uma ação no local”. “Com cada um é” entra para os anais dos textos caóticos.

O “Pop” demitiu os revisores, mas mantém editores, que, em tese, deveriam ler as reportagens antes da publicação.