Se mantido no cargo, Ricardo Melo seria um “enclave” petista num governo que não é petista e do qual o jornalista discorda

Ricardo Melo e Laerte Rimoli: a insistência do primeiro em manter-se num cargo de um governo do qual discorda fere o bom senso
Ricardo Melo e Laerte Rímoli: a insistência do primeiro em manter-se num cargo de um governo do qual discorda fere o bom senso

O governo federal exonerou o presidente da Empresa Brasileira de Comunicação, Ricardo Melo. Ele também foi afastado do Conselho Curador da EBC — que foi extinto. O novo decreto, que muda as regras da empresa, acaba com o mandato de quatro anos para o presidente. O Conselho de Administração ganhou nova configuração, com seis pessoas indicadas pelo governo e uma sugerida pelos trabalhadores da empresa. A mudança foi operada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.

Ao assumir o governo, com o afastamento de Dilma Rousseff, Michel Temer já havia demitido Ricardo Melo, nomeando para substitui-lo o jornalista Laerte Rímoli. No entanto, o Supremo Tribunal Federal devolveu o cargo a Ricardo Melo, acatando sua alegação de que havia sido eleito e, assim, não poderia ser exonerado. Porém, com o novo decreto, ele pôde ser afastado legalmente, o que, por certo, será confirmado pela Justiça.

O mais lamentável em todo este episódio de novela mexicana é a falta de percepção de Marcelo Melo, jornalista notável e seriedade incontestável, que, mantido na EBC, seria uma espécie de enclave petista num governo que não é petista. Sua insistência em se manter num cargo de um governo do qual discorda fere o bom senso.