O britânico Ian Kershaw é um dos maiores historiadores da Segunda Guerra Mundial. Sua biografia de Hitler, publicada no Brasil pela Companhia das Letras (trata-se de uma versão condensada pelo próprio autor), é um clássico, pela pesquisa exaustiva e, sobretudo, pela interpretação perspicaz, e não meramente condenatória, do líder friamente racional, apesar da aparente loucura. Agora, a mesma editora publica “O Fim do Terceiro Reich — A Destruição da Alemanha de Hitler, 1944-1945” (tradução de Jairo Arco e Flexa, 616 páginas), de sua autoria.

Ainda não li este livro, mas, a julgar pelas avaliações de dois historiadores gabaritados, Antony Beevor — autor do excelente “A Segunda Guerra Mundial”, que merece, urgente, edição brasileira (a portuguesa é muito boa); Beevor sugere que a batalha começou antes de 1939, e na Ásia — e Mark Mazower, vale figurar na pole position da lista dos leitores que se interessam pelo assunto. Ian Kershaw [foto acima] ainda tem a vantagem típica dos intelectuais ingleses: escreve muito bem, com o máximo de clareza. Não há esse negócio de “no bojo de” e “em última instância”.

Alguns comentários sobre o livro

“O Fim do Terceiro Reich se tornará certamente a grande referência sobre a derrocada terrível do nazismo.” — “The Financial Times”

“A melhor tentativa de entender por que a Alemanha nazista continuou a lutar até a destruição total.” — Antony Beevor, “The Telegraph”

“O Fim do Terceiro Reich tem por assunto um dos maiores enigmas históricos do século XX. Como se pode explicar a extraordinária coesão da sociedade alemã até o último minuto? Como entender a ausência de revolta, a pusilanimidade, as relativamente baixas taxas de deserção entre as Forças Armadas e o controle tenaz e renitente do Estado pelo Partido Nazista à custa da vida de pessoas comuns?” — Mark Mazower, “The Guardian”