Durante anos, a imprensa especulou sobre a “verdadeira” identidade do repórter Eduardo Faustini. Muita gente chegou a acredita que, sob a rubrica Eduardo Faustini, se escondia mais de um repórter investigado da TV Globo. O motivo do mistério é que, apesar das excelentes reportagens que fazia, balançando o país, não havia uma fotografia para identificá-lo.

Porém, no domingo, 20, o “Fantástico” divulgou uma imagem de Eduardo Faustini. Portanto, ele existe — não é ficção, ou seja, não é um personagem jornalístico criado pela TV Globo. Ele agora não é mais o famoso “repórter secreto”, o homem das sombras do jornalismo patropi.

Eduardo Faustini deixou a Globo em 2021, depois de ter vasculhado vários submundos do país por 26 anos — mais de um quarto de século.

“As pessoas fazem muita confusão, achando que eu não mostro o meu rosto para me proteger”, contou o repórter. “Mas, na realidade, eu nunca mostrei o rosto para proteger o meu trabalho. Porque o fato de eu não ser conhecido possibilitou que eu fizesse muitas matérias de infiltração, que eu frequentasse lugares sem ser reconhecido.”

Para preservar sua família, pois jornalistas investigativos são, no geral, perseguidos, Eduardo Faustini decidiu se manter incógnito por quase três décadas. “Eu sabia o peso da minha responsabilidade. Eu sacrifiquei a minha família, minha mulher, meu filho — e eles nunca me cobraram. Mas eles sabem o que passaram. O meu filho fez a faculdade com policiais na porta da sala de aula.”

Eduardo Faustini não começou sua carreira de repórter investigativo na Globo, e sim na Rede Manchete, da família Bloch. Em seguida, foi para o SBT de Silvio Santos. A Globo o contratou em 1995 e, em 1996, o escalou para o “Fantástico”.

Ameaçado várias vezes, Eduardo Faustini nunca recuou. Quem o conhece diz que é tranquilo e apaixonado pela profissão. “O James Bond do jornalismo chega a ser angelical”, afirma um jornalista.