Repórteres de O Popular reclamam dos salários baixos para o consultor Eduardo Tessler
05 março 2015 às 18h33
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Um dos objetivos de Eduardo Tessler é transformar o “Pop” numa espécie de Correio Braziliense de Goiás, com menos textos e mais fotos

A redação do “Pop” se reuniu na quarta-feira, 4, com o consultor Eduardo Tessler (foto). Este, contratado para modernizar o jornal e deixá-lo com feições de produto nacional — hoje passa uma imagem provinciana, como publicar de maneira excessiva reportagens anódinas de agências de notícias —, ouviu queixas dos repórteres, principalmente da velha guarda (cada vez mais reduzida). Os profissionais disseram que o veículo goiano paga os salários mais baixos do país. “A redação de ‘O Popular’ é parecida com a de uma redação socialista — todos, fora o que trabalham em tempo integral ou estão há muitos anos na equipe, ganham os mesmos salários, independentemente da qualidade do trabalho”, diz um repórter.
Eduardo Tessler informou aos repórteres que conversou com a editora-chefe Cileide Alves e revelou preocupação com o fato de que o jornal continua perdendo seus melhores profissionais para o governo ou para outros jornais, notadamente o “Correio Braziliense”. O motivo é óbvio: o “Pop” paga pouco mais de 2 mil reais para um repórter qualificado e o governo paga 11 mil reais para um gerente setorial de comunicação. Um repórter diz que os colegas pensaram em revelar (mas não tiveram coragem) ao consultor que a editora-chefe é “pouco colaborativa” e “muito contenciosa com os jornalistas”. “Ela praticamente não orienta”, frisa uma repórter.
Ao final da conversa, os repórteres não saíram satisfeitos, pois Eduardo Tessler, embora tenha se mostrado receptivo — o que não ocorre com Cileide Alves, na versão dos profissionais —, não apresentou nenhuma solução. “Nós estamos cansados da história do ‘vamos ver’”, afirma um repórter. “O Fernando Portella [ex-consultor do Grupo Jaime Câmara] falou coisas semelhantes, mas não mudou nada”, frisa um repórter.
O objetivo de Eduardo Tessler é tornar o “Pop” um jornal semelhante — mas não o “genérico” — do “Correio Braziliense”, com menos textos (ressalte-se as matérias especiais do jornal são longas), mais fotos, infográficos e vídeos para o site. Ele teria admitido que o site do jornal, ao contrário do que acredita Cileide Alves, precisa melhorar muito. Há um certo amadorismo “cultivado”.
