Presidente Barack Obama aprova o assassinato como política de Estado
13 dezembro 2014 às 09h20
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A imprensa internacional anunciou, durante a semana, os crimes de tortura cometidos pela CIA. Mas poucas reportagens apresentaram um contexto mais amplo. Quem quiser compreender de fato a máquina de tortura e de assassinados — inclusive listas nas quais há vários nomes — deve ler o impressionante livro “Guerras Sujas — O Mundo É um Campo de Batalha” (Companhia das Letras, 830 páginas, tradução de Donaldson Garschagen), do jornalista norte-americano Jeremy Scahill.
O governo americano utiliza militares supertreinados do Comando Conjunto de Operações Especiais (Jsoc) e dos Sea, Air, Land Teams (Seals) para matar adversários-inimigos dos Estados Unidos em várias partes do mundo, notadamente no Oriente Médio. Às vezes, ao caçar terroristas, os militares matam civis inocentes, entre eles velhos, mulheres e crianças, e simplesmente dizem que houve um “pequeno erro” e seguem matando. As mais secretas elites das Forças Armadas norte-americanas sequestram, torturam e matam de maneira inapelável. São “Justiça” e justiceiras.
As reportagens recentes falam mais da CIA, que também mata e tortura, mas pouco mencionam o Jsoc e os Seals.
Detalhe: o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, apoia integralmente as ações dos militares. Da mesma forma que fazia George W. Bush. Os militares, que antes o viam como maria-mole, já aprovam sua conduta dura e sem contemplação.
As ações dos Estados Unidos são indefensáveis. Liberais verdadeiros, de linhagem mais filosófica do que ideológica, não deveriam defendê-las. São verdadeiros crimes contra povos e, por conseguinte, contra a humanidade. Quem duvidar que leia o livro de Jeremy Scahill, que nada tem de esquerdista radical, paranoico e delirante. Ele trabalha, no geral, com fontes oficiais. Confiáveis, portanto.