Podcast “Alexandre” é obrigatório para entender a cabeça de “Xandão”

Em tempos de tanta gente sem tempo para nada, o podcast ganha cada vez mais adeptos como formato de mídia. Hoje, o gênero, originalmente para áudio – podcast é uma junção dos termos em inglês iPod e cast (transmissão) – ganhou também versão para plataformas de vídeo. Nesse âmbito, virou febre no YouTube e similares, em canais como Flow, Podpah e Inteligência Ltda., todos eles com vários milhões de inscritos.

Lançado em julho pela revista Piauí e pela produtora Trovão Mídia em seis capítulos, um por semana, o documentário Alexandre é um podcast “raiz”, feito para quem está lavando louça ou encarando o duro trânsito das metrópoles. Para quem quiser “maratonar”, todo o conteúdo está disponível nas plataformas “escutadoras”, como Deezer ou Spotify, mas também pode ser “ouvido” pelo YouTube.

O trabalho, em seis capítulos, é indispensável para quem quer conhecer com mais detalhes a trajetória pública daquele que disputa com Lula e Jair Bolsonaro o título de personagem mais instigante da história recente da República – e, certamente, o mais empoderado.

A vida pública de Alexandre de Moraes é recuperada desde quando era promotor do Ministério Público de São Paulo e acaba galgado à política pelos tucanos, passando por secretarias de governo (Transporte e Justiça) até ser chamado pelo presidente Michel Temer para assumir o Ministério da Justiça. Com a morte de Teori Zavascki em acidente aéreo, o presidente o indica para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF).

A responsável pela apresentação, assim como também quem assina reportagem e roteiro, é Thais Bilenky, cuja narração, em cima de fatos e entrevistas compilados por ela mesma, dá uma autenticidade única para o trabalho. Com Fernando de Barros e Silva, José Roberto de Toledo, ela integra o trio do Foro de Teresina, outro podcast da Piauí no mesmo formato, mas que é um programa semanal – cada nova edição sai às sextas-feiras – sobre política e outros aspectos da conjuntura nacional.

Em Alexandre, Bilenky mostra que o fôlego de repórter em busca insistente continua fundamental para enriquecer o trabalho jornalístico. Vale a pena conferir.