“Sou o cara que diz o que os outros não têm coragem de dizer”, afirma o colunista, que escreverá no “Caderno 2”

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Arnaldo Jabor é um Paulo Francis mignon — menos culto e menos malicioso —, mas com uma verve quase idêntica. Sobretudo, não deixa seus leitores indiferentes: goste-se ou não do que escreve e deblatera. Seu objetivo é provocar polêmica e mexer com a cabeça dos leitores. Durante 14 anos, fez sucesso no “Estadão”. Depois, com mudanças editoriais e crises financeiras, foi demitido. Agora, depois de nova mudança editorial e com alguma folga no caixa, “O Estado de S. Paulo” volta a contratá-lo.

A coluna de Arnaldo Jabor, mais irreverente do que o jornal, sairá no “Caderno 2”. “Posso até provocar polêmica, mas não é uma coisa programada. Quero continuar sendo como sempre fui. Poucas certezas — algumas. Sou o cara que diz o que os outros não têm coragem de dizer”, diz, meio exagerado. “Não sou uma fortaleza. Admito que sou contraditório, que mudo de posição. Mas a vida é assim, o mundo é assim, dinâmico.”

O “Caderno 2”, desde o fim do “Sabático”, piorou. A cobertura sobre livros hoje é uma das mais fracas da imprensa brasileira — perdendo, de longe, para a “Folha de S. Paulo” (basta comparar as edições de sábado) e até para o suplemento “Eu & Fim de Semana”, do “Valor Econômico”. O problema não são os jornalistas que escrevem sobre livros, que são qualificados, e sim a falta de espaço para resenhas mais bem elaboradas.