O livro foi incensado por críticos categorizados como João Máximo, Julio Maria, Sérgio Martins e Luiz Fernando Viana. Mas o que todos perguntam: o que dirá o rigoroso pesquisador da música patropi

Quatro críticos notáveis de música — o incontornável João Máximo (“O Globo”), Julio Maria (“Estadão”), Sérgio Martins (“Veja”) e Luiz Fernando Viana (“Folha de S. Paulo”) — deram o veredicto: o primeiro volume de “Uma História do Samba — As Origens” (Companhia das Letras, 376 páginas), do jornalista Lira Neto, é de uma excelência extraordinária. O uso do artigo “uma”, e não do artigo “a”, sugere que, se há pretensão, há também despretensão. Os comentaristas sugerem que o samba, sua história, é praticamente redescoberto pelo pesquisador.

Lira Neto é autor de biografias de Castello Branco, Maysa, Padre Cícero e Getúlio Vargas

Se o livro de Lira Neto, parte de uma trilogia, ganhou análise dos melhores críticos dos jornais (e de uma revista) patropis, o que se espera agora?

O que se espera, em todas as redações e até na universidade, é a crítica de José Ramos Tinhorão, de quem alguns (ou muitos) discordam, chegando a apontá-lo como um analista conservador, mas num ponto todos concordam: é um dos mais qualificados pesquisadores da história da música no Brasil.

Há quem acredite que José Ramos Tinhorão se julga o historiador que sabe tudo sobre a música brasileira. Pode ser, e ele é mesmo ranheta, por exemplo a respeito da bossa nova. Mas, como pesquisador, merece crédito.