Diretor do banco revela que ninguém queria abrir conta para o “grande brasileiro” e sugere que 30 milhões de euros são bem-vindos

O jornal eletrônico “Mediapart”, da França, revela que o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) Ricardo Teixeira mantém 100 milhões de reais numa conta secreta no Banco Pache, do grupo Crédit Mutuel, em Mônaco. A reportagem foi repercutida pelo “Estadão” no sábado, 7, com texto do jornalista Jamil Chade.

Em Mônaco, o juiz Pierre Kuentz está examinando o processo no qual se denuncia um esquema de lavagem de dinheiro no Banco Pache. Um diretor deste banco, Jürg Schmid, foi gravado, com autorização judicial, relatando que um cliente, “o grande brasileiro”, uma referência a Ricardo Teixeira, tem uma conta secreta milionária no principado em que brilhou a atriz Grace Kelly.

“Eu sei muito bem que nenhum outro banco de Mônaco queria abrir uma conta dele. Agora, ninguém o quer porque se trata verdadeiramente de uma fria. Sabemos que ele recebeu dinheiro em troca de favores, mas não são políticos. Decidimos que nós o receberíamos porque ele nos traz 30 milhões de euros e isso não é pouco”, afirma Schmid.

O curioso é que o diretor do banco sugere que o dinheiro pode até ter origem ilícita, mas, como supostamente não se trata de propina política, o ex-dirigente da CBF deve ser “perdoado”.

Aqueles que brigam e até matam em estádios certamente deveriam ser informados dos negócios de Ricardo Teixeira. Enquanto os bárbaros brigam, agredindo-se nos e fora dos estádios, cartolas ficam riquíssimos – lixando-se para aqueles que veem o futebol como paixão.