Novo coronavírus causa temor, mas desinformação é maior
02 fevereiro 2020 às 00h00
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Doença descoberta na China no dia 7 de janeiro gera relatos mentirosos. Desde surgimento do novo coronavírus como se prevenir ou combater sintomas
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Bill Gates criou o novo coronavírus. É o que dizem gurus e informações falsas compartilhadas nas redes sociais para tentar explicar da forma mais incompreensível possível a propagação rápida da nova doença viral detectada no dia 7 de janeiro em Wuhan, na China. É claro que a falsa origem caiu nas graças do humorista José Simão. Ele brincou que o fundador da Microsoft criou o coronavírus 2019-nCoV para vender mais um antivírus.
Como mostra o levantamento da agência de checagem Aos Fatos, dizem informações inventadas na internet que o novo coronavírus foi criado em laboratório. Inclusive tem sido disseminada a orientação de um suposto médico do Hospital das Clínicas do Hospital São Domingos de que tomar vitamina C, fígado de boi, sucos e chá de erva doce previnem contra o contágio do 2019-nCoV.
Mais uma mentira
Mas, claro, trata-se de mais uma mentira criada e disseminada nas redes sociais. Ministério da Saúde e a unidade hospitalar desmentiram a informação divulgada na internet sem qualquer vínculo com as instituições.
Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tenta descobrir a origem do novo coronavírus, os alertas de que o contágio se dá por contato até mesmo na fase incubada – não-manifestada – da doença. Aí surgiu que o governo do Canadá orientou seus cidadãos a manterem a garganta úmida e evitem fritura para não ficarem doentes. Mentira.
Notícias equivocadas
Daily Mail e The Sun na Inglaterra e Extra no Brasil publicaram que cientistas teriam descoberto a origem do contágio do novo coronavírus na sopa de morcego. O que se sabe é que alguns vírus da mesma família, parecidos com o 2019-nCoV, podem contaminar morcegos. Uma das doenças que infectam esses animais é a Sars.
Na hora de buscar informação sobre o novo coronavírus, certifique-se ao menos de que a fonte é confiável. Ao menos que você conhece o veículo de informação que divulgou a notícia. Nem sempre – ou quase nunca – aquele texto, foto ou áudio no grupo dos amigos ou da família diz a verdade. Desconfie sempre.