O que fica de um intelectual é sua obra. O escritor, editor e crítico italiano tem vários livros editados no Brasil — todos de alta qualidade

Roberto Calasso, escritor, crítico e editor italiano | Foto: Reprodução

Roberto Calasso é, segundo a “Paris Review”, “uma instituição literária”. Difícil discordar; impossível, quiçá. O homem é sua obra, que, quando ele morre, fica para ser lida e escrutinada pelos leitores. O escritor, crítico e editor italiano morreu na quarta-feira, 28, aos 80 anos. Ele estava doente, mas as agências internacionais não souberam informar a causa da morte. Estava preparando o lançamento de dois livros, “Bobi” e “Memé Scianca”.

O ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, disse que Calasso era “um pilar do mercado editorial italiano” e um “intelectual extraordinário”.

Calasso era um crítico atento e um dos maiores editores de livros da Itália. Fez fama como editor da Adelphi. Editou obras de Nietzsche, Fernando Pessoa, Jorge Luis Borges, Georges Simenon, Milan Kundera, Sandór Márai e, entre outros, Vladimir Nobokov.

Leitor infatigável, lia em francês, inglês, alemão, espanhol, latim, grego e sabia um pouco de sânscrito. Detalhe curioso, como se estivesse sugerindo que era um homem de outro tempo, ou então de todos os tempos: ao escrever, usava uma caneta tinteiro.

9 livros de Roberto Calasso publicados no Brasil

Roberto Calasso foi bem editado — o que inclui, traduções qualificadas — no Brasil pela Editora Companhia das Letras (oito livros) e pela Âyiné (um livro). Confira:

1 — “Ka”, Companhia das Letras, 400 páginas, tradução de José Rubens Siqueira.

2 — “A Literatura e os Deuses”, Companhia das Letras, 160 páginas, tradução de Jônatas Batista Neto.

3 — “K” (sobre Kafka), Companhia das Letras, 296 páginas, tradução de Samuel Titan Jr.

4 — “A Folie Baudelaire”, Companhia das Letras, 448 páginas, tradução de Joana Angélica de Melo.

5 — “O Ardor”, Companhia das Letras, 504 páginas, tradução de Federico Carotti.

6 — “O Inominável Atual”, Companhia das Letras, 184 páginas, tradução de Federico Carotti.

7 — “Os 49 Degraus”, Companhia das Letras, 208 páginas, tradução de Nilson Moulin.

8 — “As Núpcias de Cadmo e Harmonia”, Companhia das Letras, 288 páginas, tradução de Nilson Moulin.

9 — “A Marca do Editor”, Âyiné, 176 páginas, tradução de Pedro Fonseca