Morre Jayro Rodrigues, o lorde do jornalismo goiano

03 outubro 2022 às 10h03

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O jornalista Jayro Rodrigues morreu na segunda-feira, 3, aos 82 anos. O corpo está sendo velado na Primeira Igreja Presbiteriana, na Rua 68, esquina com a Rua 71, no Centro de Goiânia.
Jayro Rodrigues foi presidente do Cerne no governo de Henrique Santillo e trabalhou nos vários governos de Marconi Perillo (PSDB).
A história de Jayro Rodrigues no jornalismo é riquíssima e merece, um dia, ser contada em detalhes (vale um livro, que poderia ser escrito pelo ótimo biógrafo Iúri Rincon Godinho ou pelo brilhante jornalista Luiz Carlos Bordoni, que sabe tudo sobre o amigo e colega). Ele trabalhou no Jornal Opção, em “O Popular” e no “Diário da Manhã” durante longos anos.

Na área esportiva, Jayro Rodrigues escreveu com raro brilho, examinando detalhes dos jogos que muitos não percebiam. Porque ele tinha um olhar aguçado, perspicaz. Pode-se dizer que, mesmo atuando “fora” do campo, era um craque. Uma espécie de Pelé do jornalismo esportivo.
Mais tarde, Jayro Rodrigues migrou para o jornalismo político e se tornou um articulista de primeira linha, com uma inteligência fina. O jornalista tinha opinião e a estribava em argumentos sólidos e precisos. Ele ajudou a formar uma geração de repórteres em Goiás. Era, como o grande Washington Novaes, um jornalista-escola. Ele sabia ensinar, e o fazia sempre com boa vontade.
Nos meus tempos de foca, no “Diário da Manhã”, no governo de Henrique Santillo, Jayro Rodrigues me acolheu e me atendia com extrema boa vontade. Era um sábio… desses que sabem escutar bem e só depois expõem sua própria opinião ou ideia.
Mais tarde, eu já no Jornal Opção, Jayro Rodrigues se tornou uma boa fonte. Ele não plantava notas, e sabia corrigir informações e orientar o repórter por caminhos corretos e responsáveis. Com sua voz inconfundível, meio gutural mais bela, conversava tranquilamente
A rigor, Jayro Rodrigues era um lorde no Cerrado. Sempre educado, ponderado e decente. Um homem e jornalista raro. Dos grandes. Fará falta, como Servito Menezes e Joel Ulhôa, ambos professores da UFG.
Diz-se que, contra o câncer, não se luta. Pois, no caso de Jayro Rodrigues, houve, sim, uma longa batalha. E, com sua energia vital, lutou e talvez seja possível dizer: venceu várias guerras contra a doença. Tanto que morreu aos 82 anos.