Morre, de pneumonia, o jornalista e publicitário Walter Menezes

22 julho 2021 às 19h32

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Amigos dizem que era um “gentleman” e um profissional que aconselhava os jornalistas a terem equilíbrio na exposição dos fatos
O jornalista e publicitário Walter Menezes, o Mr. Simpatia, morreu na quinta-feira, 22, em Goiânia, de uma pneumonia bacteriana.
Walter Menezes foi, segundo um livro do jornalista e escritor Iúri Rincon Godinho, um dos “inventores” da publicidade em Goiás. Era visto como um “craque”, um “faz-tudo”. Escrevia, pensava e atendia.
Um dos jornalistas mais longevos em Goiás, Walter Menezes nasceu em Conquista, município de Minas Gerais. Mas era, como dizia, um “goianeiro” — uma mistura de goiano e mineiro, como o escritor Carmo Bernardes. Ele foi presidente da Associação Goana de Imprensa (AGI) e tinha a simpatia da categoria.
Quando Walter Menezes chegou em Goiânia, em 1942, a cidade, como ele, era uma “criança” de 9 anos. Ele tinha 11 anos. Foi um caso de amor à primeira vista.
Walter Menezes tinha várias qualidades — uma delas a perspicácia. Mas nada superava seu espírito diplomático, agregador de contrários em busca do consenso para a satisfação de todos. Magro, sempre com uma papelada nas mãos ou numa pastinha, ele aparecia nas redações para conversar ou para pedir a publicação de um artigo. Todos abriam espaço para o jornalista, tal a sua educação e gentileza. Era um homem fino.
Uma das características de Walter Menezes era aconselhar jornalistas mais jovens, às vezes pedindo paciência e para olhar de maneira mais abrangente os conflitos entre pessoas. Costumava sugerir que a realidade é sempre mais ampla e que uma reportagem nem sempre consegue mostrá-la na sua inteireza — daí a necessidade de equilíbrio, moderação e temperança. Ele avaliava que os problemas devem ser apresentados com as nuances possíveis. O jornalista também defendia que o repórter precisa cuidar de sua “formação”, pois avaliava que o profissional de imprensa não era um mero transmissor de fatos “soltos” e sem conexões.
Walter Menezes apreciava a leitura de artigos, que preferia chamar de “editoriais”.
Repercussão
No Facebook, algumas pessoas se manifestaram sobre Walter Menezes.
Lena Castello Branco, doutora em História e professora aposentada da UFG:
“Que tristeza! Era meu amigo de muitos anos. Deus o tenha e que seus familiares encontrem na saudade o lenitivo da sua ausência.”
Júlio Nasser Custódio, diretor do jornal “Diário da Manhã”:
“Uma grande pessoa. Talentoso e humilde. Vai com Deus.”
João Aquino Batista, jornalista e estudante de Letras:
“Sinto verdadeiramente muito. Além de um grande jornalista, o Sr. Walter Menezes era um ser humano dos melhores. Minha sincera solidariedade aos familiares e amigos.”