Malu Longo deixa Estados Unidos e volta à redação de O Popular
02 novembro 2017 às 15h34
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O jornal do Grupo Jaime Câmara retoma a contratação de jornalistas experimentados, como Carla Borges e Rogério Borges
A cúpula de “O Popular” acreditou que era possível fazer um jornal apenas com jornalistas inexperientes e estagiários. Os editores Fabrício Cardoso e Silvana Bittencourt, percebendo o naufrágio e para evitar que o jornal do Grupo Jaime Câmara se tornasse o Titanic da comunicação, mudaram o viés e decidiram apostar, mais uma vez, em jornalistas experimentados.
A recontratação de Rogério Borges mostra que Fabrício Cardoso e Silvana Bittencourt são mesmo editores de primeira linha. Borges é um esplêndido repórter e, sobretudo, redator. Seus textos têm uma qualidade média que sobressai no meio da barafunda de textos de má qualidade.
Em seguida, teoricamente só para cobrir a licença de Cleomar Almeida, recontrataram Carla Borges, uma das melhores repórteres do país. Falam em jornalismo investigativo — afinal, qual não é? —, pois coloque qualquer pauta nas mãos de Carla Borges e o resultado será uma reportagem, como alguns dizem, “redondinha”. Ela apura e escreve bem — virtudes que nem sempre andam juntas. E é uma repórter extremamente responsável (todos deveriam ser, mas alguns não são).
Agora, depois de se aposentar, pedir demissão e morar nos Estados Unidos de Barack Obama e Donald Trump, a repórter Malu Longo está de volta à redação do “Pop”. Já ouvi sobre Malu: “É uma pessoa difícil”. Sempre respondi com uma pergunta indutiva: “Você está procurando um santo ou uma grande repórter?” Malu Longo é excelente repórter, dessas que nunca se intimidam e jamais aparecem na redação “explicando” (o inexplicável) que não conseguiu dados para sua reportagem. Seu texto é, no geral, perfeito. Não basta “apurar” — é preciso dar organicidade às anotações. A repórter é craque no ramo.
A melhor forma de produzir uma “nova” redação é somar repórteres experimentados — como Carla Borges, Malu Longo e Rogério Borges — aos repórteres novatos. Os experimentados ensinam pela convivência. Os novatos, por seu lado, injetam energia nova na redação, incentivando os experientes a não se acomodarem. O “aprendizado” é, portanto, de mão dupla.